Irrigação por gotejo será essencial para Usina Alta Mogiana verticalizar produção e eliminar capacidade ociosa da indústria
06-07-2022

Uma área de aproximadamente 30 hectares foi implantada em 2021 pela Alta Mogiana com o objetivo de validar a tecnologia. Foto: Divulgação Netafim
Uma área de aproximadamente 30 hectares foi implantada em 2021 pela Alta Mogiana com o objetivo de validar a tecnologia. Foto: Divulgação Netafim

A unidade busca alternativas para minimizar os danos causados por tais fenômenos climáticos adversos, cada vez mais frequentes nos últimos anos

Cento e cinquenta e três dias sem chuvas expressivas e três geadas. Esse foi o cenário enfrentado pela Usina Alta Mogiana em 2021. Os prejuízos ainda não foram completamente calculados, mas os gestores da unidade estimam grandes perdas em produtividade agrícola. Diante dessa realidade, a empresa, com sede no município paulista de São Joaquim da Barra, começou a buscar alternativas que pudessem minimizar os danos causados por tais fenômenos climáticos adversos, cada vez mais frequentes nos últimos anos.

Uma das apostas foi no sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo da Netafim. Uma área de aproximadamente 30 hectares foi implantada ainda em 2021 cujo objetivo era validar o potencial de retorno da tecnologia. As variedades utilizadas não diferiram das já presentes no plantel da companhia, sendo elas a RB966928, CTC 9002 e IACSP95-5094. A colheita ainda não foi realizada, mas as expectativas não poderiam estar mais altas, uma vez que o canavial já aparenta melhor performance em comparação com as áreas de sequeiro.

O supervisor de produção agrícola sênior da usina, Júlio César Naves Batista da Silveira, afirma que o grande diferencial da tecnologia de irrigação por gotejamento é a possibilidade de aplicar as quantidades ideais de água e nutrientes no momento certo e diretamente na raiz, maximizando a resposta da cana e reduzindo os custos de produção.

Júlio Naves: “Possibilidade de fazer essa aplicação [de vinhaça] via gotejo é bastante interessante, pois além de potencializar o desenvolvimento da cultura, também implicará em redução de custos”

Foto: Arquivo pessoal

Até o momento, a Alta Mogiana aplicou potássio, nitrogênio, fósforo e micronutrientes via sistema de gotejo. A partir deste ano, a empresa dará início também ao processo de fertirrigação com vinhaça. “Hoje, aplicamos esse resíduo de 92% a 94% da nossa área, seja na modalidade localizada ou por aspersão. Mas a possibilidade de fazer essa aplicação via gotejo é bastante interessante, pois além de potencializar o desenvolvimento da cultura, também implicará em redução de custos, uma vez que teremos menos consumo de adubos químicos.”

Com uma indústria preparada para moer 7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, a Alta Mogiana aposta na irrigação por gotejamento para diminuir a capacidade ociosa e elevar sua produção, uma vez que a tecnologia atuará num fator redutor de produtividade que não está nas mãos da usina: o clima. “Já estamos em processo de estudos para aumentar nossa área irrigada por gotejo para cinco mil hectares, pois sabemos que esse será o melhor caminho para a verticalização”, finaliza Silveira.

Fonte: CanaOnline

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