Jalles Machado: 50 anos do Proálcool, tarifas de Trump e projeto para etanol de milho
24-10-2025
Neste episódio de número 07 do Raiz do Negócio, a bancada recebe Rodrigo Penna de Siqueira, CFO da Jalles Machado, da indústria de álcool e etanol de cana-de-açúcar
Por Felipe Siqueira
Rodrigo Penna de Siqueira é CFO da Jalles Machado (JALL3) e faz parte do grupo Otávio Lage, que deu origem à companhia, há 24 anos. Ocupando a posição de diretor financeiro da Jalles há 13 anos, o executivo foi um dos responsáveis pelo IPO da companhia em 2021, uma operação que abriu espaço para novas empresas do agro na Bolsa brasileira.
Ele foi o convidado do episódio mais recente do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, uma parceria entre InfoMoney e TheAgriBiz. Durante a conversa, o executivo destacou que a história da Jalles tem relação direta com o programa Proálcool, que completa 50 anos em novembro deste ano. “Foi uma iniciativa muito bacana que trouxe a indústria do etanol para o Brasil. E o país acabou sendo referência para o mundo inteiro. A Jalles é fruto do proálcool. É um projeto que deu certo”, afirmou o CFO.
Além disso, a Jalles também nasceu em meio a necessidade social em Goianésia, cidade no Estado de Goiás, de geração de emprego e renda. A fundação do grupo foi em 1980, com a primeira safra em 1983.
Etanol de milho
Siqueira detalhou os estudos da companhia sobre etanol de milho, que vem ganhando muito espaço nas discussões do setor nos últimos anos. “Essa é a pergunta número um dos nossos investidores”, comentou. Existe uma intenção de aproveitar oportunidades neste segmento, segundo o executivo. Ao mesmo tempo, porém, ele deixou claro que há outras prioridades concomitantes para a companhia.
“A gente tem um projeto de etanol de milho. Ano passado, fizemos um estudo nas nossas três unidades de cana para avaliar a viabilidade de uma usina flex, com etanol de milho. O projeto mostrou boa viabilidade em uma das plantas, mas nosso foco atual é explorar os investimentos feitos desde o IPO, cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos, antes de iniciar um novo ciclo de investimento. A gente não quer alavancar a empresa”, explicou.
O executivo reforçou também que a produtividade é crítica para a competitividade. “Temos variedades de cana que aumentam 30% a produtividade, e a média nas unidades de Goiás está 20% acima da média do Centro-Sul. Estamos controlando toda a operação com inteligência artificial e monitoramento constante.”
Sobre o mix de produção entre açúcar e etanol, Rodrigo explicou que a Jalles busca flexibilidade para maximizar a rentabilidade.
Fonte: InfoMoney

