KPMG alerta para falta de crédito e apoio técnico à agricultura regenerativa
16-10-2025

Relatório global identifica gargalos de financiamento e propõe estratégias para acelerar a transição sustentável no campo

A KPMG divulgou uma análise global sobre os desafios de financiamento da agricultura regenerativa, destacando as dificuldades que produtores enfrentam para investir em práticas voltadas à restauração ambiental, melhoria da fertilidade do solo e aumento da biodiversidade.

Segundo o estudo, a falta de instrumentos financeiros adaptados à realidade do campo é uma das maiores barreiras à expansão da agricultura regenerativa. O relatório identifica sete mecanismos que poderiam preencher essas lacunas: créditos com condições especiais, seguros que reduzam riscos de inovação, contratos de compra garantida, pagamentos por serviços ambientais, blended finance, treinamentos técnicos e sistemas financeiros descentralizados que facilitem transações rurais.

Para Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG nas Américas, o tema deixou de ser tendência para se tornar pauta de urgência. “Adotar a agricultura regenerativa é vital para enfrentar, simultaneamente, a crise climática, a perda de biodiversidade e os riscos à segurança alimentar. O setor precisa de condições concretas para financiar essa transição”, pontua.

O levantamento diferencia os desafios por perfil de produtor. Pequenos agricultores, segundo o estudo, sofrem com restrições de crédito e baixa capacitação técnica, enquanto grandes produtores enfrentam entraves regulatórios e dificuldade de equilibrar sustentabilidade e lucratividade.

De acordo com Giovana Araújo, sócia-líder de Agronegócios da KPMG no Brasil, políticas públicas e parcerias com o setor financeiro serão determinantes:

“Cada tipo de produtor exige um modelo de apoio distinto. Compreender essas especificidades é o primeiro passo para ampliar a adoção da agricultura regenerativa de forma consistente”, afirma.

A íntegra do estudo, intitulada Farm to Finance, está disponível no portal da KPMG United Arab Emirates, e será uma das referências para as discussões sobre financiamento verde na COP-30, que ocorrerá no Brasil em 2026.