Mais que benefícios agronômicos, a rotação de cana com soja engorda o caixa do produtor
23-11-2021
Nesta segunda-feira, 22, a cotação da saca de soja fechou em R$ 164,78, em janeiro de 2021, a saca valia R$ 148,77. Os bons preços da soja conquistam os produtores e impulsionam o crescimento do cultivo
Os canaviais da região Centro-Sul vivem a época de rotação de culturas nas áreas de renovação de canaviais. No interior paulista, a soja ganha espaço entre as culturas rotacionais. Tanto que, historicamente a soja sempre ocupou em torno de 600 mil hectares, mas este ano já registra 1,2 milhão de hectares.
A explicação para este crescimento, vai além das vantagens agronômicas, o que pesa mesmo é o ganho financeiro, o valor da saca da soja apresenta uma crescente constante, em janeiro de 2021 estava cotada em R$ 148,77, nesta segunda-feira, 22, a cotação da saca de soja fechou em R$ 164,78.
Apesar da importância econômica da lavoura de soja, é fundamental que o produtor não se esqueça das reais necessidades da rotação de cultura nas áreas de renovação de canaviais e como realizá-la de forma correta. Os pesquisadores Raffaella Rossetto, do IAC/Apta, e Antonio Dias Santiago, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, explicam que, após o plantio, a lavoura de cana-de-açúcar permite de três a seis colheitas consecutivas, dependendo de vários fatores como: variedades, manejo de solo e de água e clima. Esta lavoura recebe o nome de cana-planta, no seu primeiro corte; soca ou segunda folha, no segundo; e, ressoca ou folha de enésima ordem nos demais cortes até a última colheita, completando, assim, o ciclo da cana plantada, quando é feita a renovação do canavial.
Com o término do ciclo da cana, o produtor pode optar por renovar imediatamente seu plantio ou proceder a rotação com outras culturas. Essa opção irá depender do seu objetivo que, resumidamente, pode ser melhoria das condições físico-químicas ou aumento de renda.
A destruição da soqueira é uma das etapas da renovação dos canaviais
O sistema mais comum de utilização de culturas em rotação ou reforma envolve operações como: retirada da cana (entre setembro e outubro), destruição da soqueira, calagem, preparo do solo, plantio da cultura anual, colheita (entre fevereiro e março) e novo plantio de cana, logo em seguida.
Durante a renovação do canavial, normalmente, faz-se o uso de espécies de plantas conhecidas como adubos verdes, cujo objetivo é obter uma cobertura superficial e manter ou melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, inclusive em profundidade.
O cultivo de espécies de ciclo curto em áreas de renovação de cana-de-açúcar proporciona ao produtor uma série de vantagens agronômicas, econômicas, políticas e sociais. Algumas vantagens da rotação de culturas em cana-de-açúcar são:
- economia na reforma do canavial;
- conservação do solo, devido à manutenção de cobertura numa época de alta precipitação pluvial;
- controle de plantas daninhas durante o cultivo anual da cana;
- combate indireto a pragas, como diatrea e elasmo, que se hospedam em plantas daninhas;
- aumento da produtividade da cana-de-açúcar e produção de alimentos.
Em áreas de reforma do canavial pode-se optar pelo plantio de leguminosas, sobretudo de Crotalaria juncea, soja e amendoim, sendo que a escolha deve ser feita em função do local a ser utilizado para o plantio, da declividade da área, da predisposição a pragas de solo e disponibilidade de máquinas e implementos para implantação da atividade.
ROTAÇÃO DE CANA COM SOJA
Para rotacionar cana e soja, deve-se escolher variedades precoces à médias, utilizando-se de terrenos mecanizáveis para a colheita
Quanto ao plantio da soja (deve-se escolher variedades precoces à médias, utilizando-se de terrenos mecanizáveis para a colheita. As vantagens da utilização dessa leguminosa em rotação com a cana são:
- absorção dos custos de preparo do solo, como operações mecanizadas (aração, gradagem, terraceamento, distribuição de calcário e de adubos em área total);
- absorção dos custos de calcário e adubo em área total;
- geração de benefícios diretos, com o uso de leguminosas, como: fixação biológica de nitrogênio, incorporação de matéria orgânica e conservação do solo, o que resulta na redução do uso de nitrogênio fertilizante em cana-planta;
- Eficiência no uso do solo e mão de obra;
- Aumento da longevidade e produtividade do canavial;
- produção de um produto comercial (grãos) de alto valor comercial.
Fonte: CanaOnline

