Maturadores entregam ganhos do campo a indústria
17-12-2019
Retorno agroindustrial com o uso do Riper, da IHARA, garante rentabilidade a usinas e agrícolas brasileiras
Leonardo Ruiz
Até meados dos anos 2000, as safras canavieiras eram bem delineadas. Seis meses de moagem e seis de entressafra. Mas, com o aumento da área cultivada e a necessidade constante de fazer caixa – em função de uma crise que já dura 12 anos –, a janela de moagem de cana-de-açúcar teve seu início e fim alargados. Hoje, as usinas brasileiras já processam sua matéria-prima quase que ininterruptamente.
Um dos problemas desse novo cenário é a queda da qualidade da matéria-prima. Anteriormente, a colheita era realizada exclusivamente na época seca do ano, quando o teor ideal de sacarose é atingido naturalmente. Ao estender a janela para o período de chuvas, o corte passa a ser realizado em um canavial que está em pleno crescimento vegetativo, consumindo a sacarose acumulada nos colmos para se desenvolver.
Indicadores Agro-tecnológicos – Região Centro-Sul - Período: Safras 2004/05 a 2011/12
Fonte: Canaplan
Sabendo disso, as usinas lançam mão dos reguladores de crescimento – conhecidos no mercado como maturadores. Esses produtos são capazes de modificar a morfologia e a fisiologia da planta, podendo ocasionar modificações qualitativas e quantitativas na produção. Esses compostos possibilitam, entre outros benefícios, retardar ou inibir o desenvolvimento vegetativo, aumentar o teor de sacarose, tornar a maturação precoce e aumentar a produtividade dos colmos.
Atualmente, o maior mercado de maturadores é no início de safra, época em que o produto irá estressar a cana-de-açúcar, paralisando seu desenvolvido. O processo de fotossíntese será continuado, mas a energia será utilizada para o acúmulo de sacarose e não para emissão de folhas e formação de panículas. Cerca de 85% das aplicações são concentradas neste período. O restante é aplicado no final do ciclo. A função do produto neste momento será retardar ou impedir o crescimento da planta, mantendo estáveis os níveis de sacarose que já haviam sido acumulados naturalmente durante o meio do ano.
Maturadores entregam matéria-prima com maior qualidade e teor de sacarose nas pontas da safra
A utilização de maturadores em cana-de-açúcar permite a obtenção de uma matéria-prima com maior teor de sacarose, que resultará em maior produtividade industrial, lucratividade e rendimento. Embora 95% das usinas brasileiras sejam adeptas à prática, a área maturada ainda é relativamente pequena. Estimativas apontam que apenas 27% da cana moída no Brasil recebe aplicação deste tipo de produto.
Para Thiago Duarte, o importante é apostar num maturador que extraia o máximo possível no início e final de safra e que impacte minimamente o desenvolvimento da cultura
Foto: Micaela Marques/Divulgação Grupo IDEA
Atuante no Brasil há mais de 50 anos, a IHARA acredita que a área maturada no país poderia ser muito maior, com impactos positivos na rentabilidade das usinas e agrícolas brasileiras. No entanto, antes de iniciar a aplicação, o engenheiro agrônomo da companhia, Thiago Duarte, afirma que existem certos indicadores a serem seguidos.
“O ideal é que a idade mínima do último corte até a aplicação do maturador seja de 10 meses. A pureza do caldo deve ser menor ou igual a 80%, podendo chegar até 85% em variedades com maior potencial de ATR (Açúcar Total Recuperável). O AR (Açúcar Redutor) precisa ser maior ou igual a 0,7. E a cana necessita de folhas verdes para receber e absorver o produto.”
Conceito de maturação com Riper
Fonte: Desenvolvimento de Mercado IHARA – usinas e fornecedores
Uma vez atingido os requisitos, o produtor ou usina deve escolher corretamente qual maturador será utilizado. O importante é apostar num produto que extraia o máximo possível no início e final de safra e que impacte minimamente o desenvolvimento da cultura. “Nossa recomendação é o Riper, regulador de crescimento que inibe a síntese dos aminoácidos leucina, isoleucina e valina, interrompendo a síntese proteica e, por sua vez, interferindo na síntese do DNA e na divisão celular. Com a inibição da taxa de crescimento se dá o acúmulo de sacarose.”
O profissional da IHARA relata que o produto, sistêmico, é de rápida ação. “O Riper pode ser posicionado de 15 a 45 dias antes da colheita. Mas a melhor janela de aplicação é de 20 a 35 dias, período em que ele impactará o menos possível na produtividade e extrairá o máximo em TAH (Toneladas de Açúcar por Hectare).”
Consolidado de três safras consecutivas com o manejo de Riper comprova alto retorno agroindustrial entregue pelo produto
Visando comprovar que os ganhos com o Riper vão do campo a indústria, a IHARA conduziu um experimento por três safras consecutivas, em cinco regiões diferentes do Brasil e com as principais variedades comerciais. Seja no início ou final de ciclo, o produto entregou um retorno agroindustrial bastante alto.
Retorno Agroindustrial com Riper no final de safra
Fonte: Projeto Crusciol / Base de custo usinas e UDOP
“Nos primeiros meses do ano, o Riper proporcionou mais açúcar e mais TAH. Já no período final da safra, preservou o que a cana já havia produzido. O experimento também comprovou que a associação do produto com nutrientes potencializa a rentabilidade.”
Duarte conta que, nas duas últimas safras, o Riper foi aplicado em mais de dois milhões de hectares. Até o final do ciclo atual, a expectativa da IHARA é chegar a mais um milhão de hectares. “Nosso posicionamento é o seguinte: até 50 TCH, aplicar 65 ml/ha. De 51 a 70 TCH, 70 ml/ha. Já em canas acima de 71 TCH, a dosagem ideal é 75 ml/ha. Lembrando sempre de aplicar em conjunto com o IHAROL GOLD a 0,25% ou 250ml/100L.”

