MCTI apresenta livro do GEF Biogás e lança tecnologia contra enchentes na Mercopar
30-10-2025

Ministério reforça agenda de inovação e transição energética com foco em biogás/biometano e resiliência climática

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) levou à 34ª Mercopar dois movimentos complementares da sua estratégia para a nova indústria verde: a consolidação do Projeto GEF Biogás Brasil — com o lançamento do livro Cenário Foresight: Projeto GEF Biogás Brasil na Cadeia de Valor da Agroindústria — e a apresentação de um sistema de modelagem de enchentes para fortalecer a resiliência climática das cadeias produtivas do Rio Grande do Sul.

Coordenado pelo MCTI em cooperação com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o GEF Biogás Brasil tem impulsionado a captura de valor a partir de resíduos da agroindústria e de fazendas, transformando passivos ambientais em energia limpa (biogás e biometano) e bioinsumos. A iniciativa combina P,D&I, capacitação técnica e arranjos produtivos locais, mirando escala e competitividade em economia circular.

No painel “Cenários Tecnológicos do Setor de Biogás”, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec/MCTI), Daniel Gomes de Almeida Filho, destacou que o projeto “materializa como ciência e tecnologia, quando articuladas a políticas públicas e ao setor produtivo, geram soluções de alto impacto”. Para ele, a publicação lançada “não é apenas um relatório de resultados, mas um guia de futuro com boas práticas, aprendizados e diretrizes para investimentos em biogás e biometano”.

Segundo Almeida, o MCTI vem ampliando aportes em eficiência de processos, redução de custos, digitalização de plantas e desenvolvimento de novos bioprodutos integrados à bioeconomia. O foco inclui a difusão do biogás nas Regiões Norte e Nordeste, replicando casos de sucesso e alinhando-se a programas federais como Combustível do Futuro, Plano de Transformação Ecológica e Nova Indústria Brasil.

Além do debate setorial, o MCTI participou do lançamento do Projeto de Resiliência Climática para Indústrias do RS, resposta às enchentes de 2024. Em parceria com Unido, governo do Japão, Sebrae-RS e Fiergs, o projeto utiliza um sistema japonês de mapeamento por satélite para modelagem tridimensional de áreas sujeitas a alagamentos, começando pela zona norte de Porto Alegre — polo que abrange o 4º Distrito, o aeroporto e conexões viárias estratégicas. A ferramenta simula cenários de inundação, visualizando a elevação do nível da água e seus impactos potenciais sobre a infraestrutura urbana e industrial.

“É ciência e IA aplicadas à redução de riscos e ao planejamento urbano-industrial”, disse Almeida. O modelo será disponibilizado a órgãos de planejamento estaduais, universidades e entidades técnicas, criando capacidade local para prevenção, resposta e recuperação diante de eventos extremos.

Organizada por Sebrae e Fiergs, a Mercopar (14 a 17 de outubro) manteve sua posição como uma das principais vitrines de inovação industrial no país. A edição reuniu 521 expositores, 60 startups e público de 40 mil visitantes, conectando empresas, centros de pesquisa, governos e investidores em torno de tecnologia, sustentabilidade e produtividade.