Mercado de açúcar e etanol: estabilidade e estratégias em meio à volatilidade
02-12-2024
Análise semanal da FG/A destaca movimentações e tendências do setor no Brasil e no mundo
A equipe de pesquisa da FG/A divulgou seu mais recente comentário semanal sobre o mercado de açúcar e etanol, destacando as movimentações da semana de 18 a 22 de novembro de 2024. Apesar de um cenário marcado por volatilidade, o setor apresentou sinais de recuperação e novas estratégias para sustentar sua competitividade.
No mercado de açúcar, as cotações interromperam três semanas consecutivas de queda, com o contrato para março/2025 em Nova York fechando a semana a 21,36 cts/lp, representando uma alta de 0,9%. Esse movimento foi sustentado por dois fatores principais:
No mercado internacional, a expectativa de maior redirecionamento da produção de açúcar para etanol na Índia levantou preocupações sobre a oferta global, apoiando os preços.
Já no Brasil, com exportações que já somam 32,1 milhões de toneladas até outubro, um aumento de 2,6% em relação a 2023, o país reafirmou sua posição de destaque no mercado externo, mesmo enfrentando desafios na produção.
A valorização do dólar (0,7% na semana, cotado a R$ 5,81) também favoreceu a competitividade das exportações brasileiras, ajudando a impulsionar os preços em reais, que registraram alta de 1,6%, alcançando R$ 2.892 por tonelada.
No ambiente especulativo, os fundos de hedge retornaram às compras, reduzindo posições líquidas vendidas de 7,3 mil para 0,3 mil lotes, conforme dados da CFTC.
O mercado de etanol manteve-se estável, com o biocombustível sendo negociado a R$ 2,73/l, segundo o CEPEA. A média da safra 2024/25 alcança R$ 2,59/l, representando um aumento de 5,7% em relação à safra anterior.
Um dos destaques da semana foi o anúncio da Petrobras, que investirá US$ 2,2 bilhões na produção de etanol entre 2025 e 2029. A empresa planeja formar parcerias para expandir as rotas de cana-de-açúcar e milho, com a ambição de produzir cerca de 2 bilhões de litros por ano. Segundo Maurício Tolmasquim, diretor de energias renováveis, a estratégia será estruturada e em larga escala, aproveitando unidades já existentes.
Dados da ANP indicaram estabilidade na relação de preço entre etanol hidratado e gasolina C, com uma paridade de 65,7% em São Paulo, mantendo a competitividade do etanol frente ao combustível fóssil. Outros estados produtores também registraram paridade próxima, com 66,8% na segunda semana de novembro.

