Minas Gerais, segundo maior produtor de açúcar no Brasil, termina a safra 25/26 antes do previsto
19-11-2025
Minas Gerais encerrará a safra 2025/26 de cana-de-açúcar mais cedo que nos anos anteriores, em um ciclo marcado por perda para o setor e redução da produtividade agrícola. Até a segunda quinzena de outubro, foram moídas 71,3 milhões de toneladas de cana, o equivalente a 92% da estimativa da SIAMIG Bioenergia, projetada em 77,2 milhões de toneladas que dificilmente será atingida.
Até o final de outubro de 2024, apenas 3% da capacidade total de processamento de cana havia encerrado a safra; na safra atual, o índice chegou a 32%. A tendência se manteve: até 15/11, enquanto 5% da capacidade estava encerrada em 2024/25, na safra 2025/26 já havia alcançado 70%, com unidades finalizando operações antes do habitual.
No acumulado, a produtividade agrícola caiu 17,6% frente à safra anterior, indicando menor volume de cana por hectare. A expansão de 6% da área colhida amenizou parcialmente a queda, mas não impediu o impacto geral.
A qualidade da matéria-prima também recuou. O ATR por tonelada de cana registrou queda de 3,2%, mostrando que, além da quantidade menor, houve perda generalizada nos produtos derivados da cana nesta safra. Em consequência, o desafio foi duplo: menos cana por hectare e qualidade inferior da matéria-prima.
Depois do recorde de produção de açúcar em 2024/25, Minas Gerais apresentará recuo neste ano e não atingirá os 5,6 milhões de toneladas produzidas na safra anterior.
O cenário de perdas e retrações pode ser explicado, em grande parte, devido a instabilidades do clima, como a grande seca e as consequências dos incêndios que ocorreram em 2024, além das chuvas mal distribuídas ao longo do último verão.
Para o presidente da SIAMIG Bioenergia, Mário Campos, “o setor atravessa um encerramento antecipado com reflexos diretos no nível de produção, que afetam o setor como um todo. Depois de anos com Minas Gerais em destaque na produtividade agrícola, a safra 2025/26 foi sem dúvida a mais desafiadora dos últimos anos.”
Fonte: Gerência de Comunicação SIAMIG Bioenergia

