Mulheres que movem o agro: histórias de coragem, fé e pertencimento no campo mato-grossense
16-10-2025

No Dia da Mulher Rural, a Aprosoja MT destaca três trajetórias que revelam a força feminina na agricultura e o amor pela terra
Três mulheres, três trajetórias e uma mesma raiz: o amor pela terra. No coração do Brasil, onde o agro pulsa com trabalho e esperança, Elaine, Bruna e Mariana representam a força e a sensibilidade das mulheres que fazem o campo acontecer. Em celebração ao Dia da Mulher Rural, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) homenageia suas histórias de coragem, aprendizado e dedicação — exemplos vivos de transformação e protagonismo feminino no agronegócio.
De Jaciara a Lucas do Rio Verde: a fé e a força de Elaine
Natural do interior do Rio Grande do Sul, Elaine Terezinha Corassa Botton chegou ao Mato Grosso em 1994, movida por sonhos e pela coragem de recomeçar. O início foi desafiador: o clima, o solo e a distância da família testaram seus limites. Em 2006, já em Lucas do Rio Verde, ela e a família consolidaram uma propriedade produtiva construída com trabalho árduo e fé no futuro.
“A primeira dificuldade foi o isolamento. Vim de uma realidade em que a família estava sempre por perto. Tive que aprender a dirigir, a lidar com o comércio e a resolver os assuntos da fazenda. Com o tempo, percebi que também tinha um papel essencial fora da porteira”, relembra.
Aos 55 anos, Elaine se orgulha da trajetória e da presença feminina no agro.
“Tenho orgulho de ser mulher rural. Aprendi que precisamos de coragem, dedicação e fé. A mulher pode e deve participar de forma decisiva. Não é preciso perder a feminilidade para atuar no campo — o agro também é lugar de sensibilidade”, afirma.
Bruna: do aprendizado à paixão pela lavoura
Em Sorriso - MT, Bruna Soares Alves dos Santos, 35 anos, encontrou no campo um novo propósito de vida. Antes, vivia na cidade e desconhecia a rotina agrícola. A mudança veio com o casamento e o desejo de aprender. Entre planilhas, romaneios e o cuidado com os filhos pequenos, ela descobriu que o trabalho na lavoura exigia o mesmo zelo que o cuidado com a família.
“Com duas crianças pequenas e sem entender nada de agricultura, fui aprendendo aos poucos. Hoje percebo que produzir é, em essência, cuidar. A Aprosoja MT tem sido fundamental ao abrir espaço e apoiar nós, mulheres do agro”, conta.
Bruna diz sentir orgulho de representar o setor. “Produzimos mais do que alimentos — produzimos vida. Tudo que se consome passa pelo trabalho do produtor rural. Em qualquer parte do mundo há o reflexo do nosso esforço”, destaca.
Mariana: planejamento, desafios e gratidão
Natural de Goiás, Mariana do Valle Brizola Tomazoni, 36 anos, iniciou sua jornada agrícola em 2008, quando se mudou para o Mato Grosso. Desde então, aprendeu a ver na terra um espelho da própria perseverança.
“O maior orgulho é colher os frutos de um bom planejamento. Desde a escolha da variedade até o manejo, tudo é feito com estratégia. Enfrentamos intempéries, preços instáveis e incertezas, mas seguimos em frente. O campo ensina a ter gratidão e esperança”, ressalta.
Para Mariana, ser mulher rural é cuidar dos detalhes que fazem diferença no resultado final de cada safra. “Já ficou para trás a ideia de que mulher não pode estar no campo. Hoje, o lugar da mulher é onde ela quiser. A agricultura exige força e paixão, mas também sensibilidade — e isso nós temos de sobra”, afirma.
“Histórias como as de Elaine, Bruna e Mariana representam milhares de mulheres que transformam o agro brasileiro com trabalho, sensibilidade e propósito. São elas que mostram, todos os dias, que produzir é também cuidar, transformar e inspirar. Neste Dia da Mulher Rural, a Aprosoja MT presta homenagem a todas as mulheres que, com coragem e determinação, cultivam muito mais do que grãos — cultivam histórias, valores e o futuro do Brasil”, conclui a direção da associação.