Multinacional de biotecnologia na cadeia produtiva do etanol mira crescimento de dois dígitos no Brasil
19-03-2025
Empresa investiu U$$ 100 milhões no desenvolvimento de superleveduras destinadas ao processo de fabricação do biocombustível
A canadense Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS) vê o mercado brasileiro de etanol como o mais promissor no mundo e tem investido grande parte de sua energia para ações no país. A empresa adquiriu o braço da BASF no setor de enzimas e mira crescimento de 20% a 30% ao ano no país.
A empresa desenvolve pesquisas, produtos e serviços nos setores de leveduras, enzimas, nutrientes e antimicrobianos para as maiores empresas do setor, como Raízen, BP Bioenergy e Atvos. Os produtos são responsáveis por aumentar a produtividade do etanol em até 6%.
Nos últimos 15 anos, a empresa investiu cerca de U$$ 100 milhões, algo em torno de R$ 600 milhões, em pesquisas na área de engenharia genética para o desenvolvimento de suas soluções biotecnológicas,.
A LBDS detém atualmente 40% do market share do mercado de biotecnologia no etanol de milho e 20% no de cana de açúcar no país, mas quer ir além. A companhia estima que pode dobrar sua participação no mercado brasileiro com o crescimento do setor e após o anúncio do programa Combustível do Futuro, que prevê que a adição de etanol na gasolina passe dos atuais 22% para até 35%.
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás são os principais estados clientes da empresa. Lá, estão localizadas a maior parte das refinarias de etanol de milho, principal mercado de biotecnologia do etanol. Mas o mercado deve crescer, e muito, nos próximos anos.
Para impulsionar as vendas além do etanol de milho, a empresa avança também no setor de cana. “Quando falamos na necessidade de aumento de produtividade e preservação ambiental, precisamos tratar de biotecnologia. Temos percebido que o mercado de cana também tem se interessado mais pelo assunto”, afirma Fernanda Firmino, gerente de negócios da empresa, no Brasil.
Pensando na necessidade de aumento de ganhos de produtividade do mercado brasileiro, a LBDS estima que o uso de seus catalisadores pode gerar, sem aumento da pegada de carbono, ganhos entre 277 e 544 milhões de litros adicionais de etanol.
Outra iniciativa relacionada à sustentabilidade, e que vem crescendo, é o etanol 2G. A produção do combustível a partir de biomassa deve atingir 12 bilhões de litros em 2030, e exige o uso de biotecnologia. A multinacional canadense tem acelerado as pesquisas e está prestes a concluir o desenvolvimento de uma nova tecnologia inédita que deve ser apresentada ao mercado ainda este ano.
Fonte: Uagro

