Na COP29, seguradoras se apresentam como opção para cobrir danos de eventos climáticos
18-11-2024
Empresas brasileiras têm buscado mais espaço na agenda de discussões sobre mudanças climáticas
Por Rita Azevedo
Na COP29, Conferência do Clima da ONU, no Azerbaijão, o setor segurador tem se apresentado como uma alternativa para cobrir a reconstrução de países após eventos climáticos, segundo o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira.
“Há uma tentativa de aumentar os recursos do Fundo de Perdas e Danos para investimentos na infraestrutura dos emergentes. O setor tem buscado mostrar que pode atuar numa escala muito maior”, afirmou. “Para nós, o mercado segurador é muito mais potente e se os governos se utilizarem disso será muito mais efetivo e mais viável, dependendo de menos esforço político”, disse.
O Fundo de Perdas e Danos foi uma conquista relevante da COP28 e, neste ano, os países discutem como o fundo será operacionalizado. Segundo Oliveira, as seguradoras brasileiras têm buscado mais espaço na agenda de discussões sobre mudanças climáticas.
“Tivemos uma pequena participação na COP do ano passado, que aumentou agora e deve ser ainda maior em Belém”, disse. “Queremos chegar em Belém com a matéria de seguros incorporada na proposta final da COP”, disse.
Para ele, houve avanço significativo nas conversas, com o setor de seguros passando a ser convidado para muitas discussões nas quais só as instituições financeiras eram chamadas.
“Queremos mostrar que o setor tem papéis importantes em meio às mudanças climáticas. O primeiro é de assumir riscos, o segundo é na gestão do risco e o terceiro é o de investidor”, afirmou. “No Brasil, em particular, os governos não têm seguro de infraestrutura e quando acontece um desastre é necessário reconstruir com um orçamento que já é apertado. O seguro poderia ser uma solução mais interessante”, defende.
Fonte: Globo Rural

