Novo motor turbo 100% a etanol da Stellantis com ignição por plasma chega ao mercado automotivo para mudar tudo!
04-04-2024
A multinacional Stellantis planeja lançar no mercado automotivo brasileiro um novo motor turbo 100% movido a etanol que pode revolucionar o segmento. Entenda todos os detalhes e configurações e como o novo propulsor funcionará.
Por Valdemar Medeiros em Automotivo
Em 2019, na época da inauguração de sua nova fábrica de motores em Betim (MG), a multinacional Stellantis revelou ao mercado automotivo um novo projeto de novo motor turbo a etanol de alta eficiência, que recebeu o nome de E4, com base no propulsor 1.3 GSE T4 turbo flex que, nos carros Fiat e Jeep, ficou conhecido como Turbo 270 ou T270.
O projeto do novo motor turbo a etanol foi engavetado tempo depois, mas ressurgiu em 2023, quando a Stellantis divulgou a jornalistas o interesse de apostar mais no biocombustível derivado da cana-de-açúcar, seja por meio de motores híbridos flex, de acordo com a recém-lançada família Bio-Hybrid, ou de conjuntos motrizes alimentados apenas por etanol.
Durante o lançamento da plataforma Bio-Hybrid, que será formada por três tipos diferentes de motorização híbrida, executivos da Stellantis deram pequenas atualizações sobre como vem avançando o desenvolvimento do novo motor turbo a etanol da empresa. Aparentemente, o projeto tomou rumos surpreendentes no mercado automotivo global.
Entenda a estratégia da Stellantis no mercado automotivo com o desenvolvimento do seu novo motor turbo a diesel
Se as informações estiverem corretas, o novo motor turbo a etanol não está mais sendo desenvolvido para tracionar as rodas, mas sim para servir como gerador de energia para um motor elétrico, aos moldes do sistema e-Power da Nissan.
Contudo, o conjunto ainda conta com um microrreformador com o objetivo de otimizar o funcionamento do motor e a geração de energia. O objetivo seria oferecer a tecnologia não para carros de passeio, mas sim, para utilitários de maior porte, que precisam de maior autonomia para rodar.
Como vai funcionar o novo motor turbo a etanol da Stellantis?
Diferente do sistema da Nissan e-Power, usado em carros de passeio de porte compacto, que conseguem rodar com volume de energia relativamente pequeno, utilitários como vans de passageiros e furgões de carga de maior parte, necessitam de mais torque e elasticidade para operar.
Consequentemente, precisam de mais energia simultânea para rodar e de maior autonomia para grandes distâncias. Isso justificaria o uso do motor GSE de quatro cilindros, e não o de três, com sobrealimentação por turbo. Já o reformador serviria para a chamada Reforma e Recirculação de Gases do Escape (REGR), uma evolução do sistema EGR de recirculação de gases presente em motores a diesel.
Através deste motor turbo a etanol da Stellantis, haveria a chamada catálise desses gases e de pequenas quantidades de etanol, transformando os gases que seriam eliminados pelo escapamento em outros quatro: Hidrogênio (H2), Monóxido de carbono (CO), Dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). O hidrogênio e o monóxido de carbono seriam devolvidos à câmara de combustão. Esse H2 permite que se trabalhe com uma ignição por plasma, menos agressiva, gastando menos energia e melhorando o consumo de combustível, além de reduzir ainda mais as emissões.
Stellantis também planeja novo motor híbrido flex
Além do motor turbo movido a etanol, a Stellantis também está desenvolvendo um novo motor híbrido flex, do qual será possível usar outros biocombustíveis em combinação com motores elétricos, reduzindo custos e a pegada de carbono.
Para o executivo da Stellantis, Antonio Filosa, o Brasil conta com amplas alternativas para reduzir rapidamente as emissões de CO2 dos veículos através da combinação de seus biocombustíveis com a eletrificação, mas é necessário o incentivo para que essa transição aconteça.
O executivo, em relação às recentes críticas da imprensa sobre o etanol estar atrasando a eletrificação e o progresso tecnológico do país, comentou que no exterior, essa vantagem brasileira única no mundo é muito bem reconhecida, mas parece que os brasileiros desmerecem as imensas alternativas que só existem aqui.
Fonte: Click Petróleo e Gás