Novo PAC destina R$ 30,5 bi a combustíveis de baixo carbono e acelera transição energética
03-09-2025
Centro de inovação da Acelen em Minas Gerais simboliza estratégia nacional para SAF, diesel verde e novos biocombustíveis
O governo federal anunciou um pacote de R$ 30,5 bilhões em investimentos até 2030 voltados à produção de combustíveis de baixo carbono, dentro da carteira do Novo PAC. Entre os 22 projetos previstos, ganha destaque o Acelen Agripark, centro de inovação tecnológica da Acelen Renováveis inaugurado na última sexta-feira (29) em Montes Claros - MG, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O complexo, voltado à pesquisa e desenvolvimento da macaúba como insumo estratégico, será o maior polo agroindustrial do mundo dedicado à cultura. A planta será a base para a futura biorrefinaria da empresa em São Francisco do Conde (BA), consolidando o Brasil como referência global em combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel verde (HVO).
A construção do centro consumiu R$ 314 milhões, dos quais R$ 258 milhões financiados pelo BNDES. O projeto integra um pacote inicial de US$ 3 bilhões que contempla, além do parque em Minas e da refinaria na Bahia, o plantio de macaúba em terras degradadas e outras estruturas de apoio.
De acordo com estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), a produção poderá alcançar 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028, com a criação de 85 mil empregos ao longo da cadeia produtiva.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o empreendimento se insere na estratégia da Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024. A norma prevê metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e estabelece o mandato para o uso de diesel verde.
“Produzir macaúba no Brasil é mais barato do que em qualquer outra parte do mundo. Isso nos dá uma vantagem estrutural para liderar essa agenda”, afirmou Silveira.
Para o presidente Lula, o programa é parte central da neoindustrialização verde:
“Temos mais de 40 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser recuperadas. Esse projeto simboliza a transformação de um sonho em realidade”, disse.
Carteira do Novo PAC em combustíveis limpos
Dos R$ 30,5 bilhões previstos para projetos de combustíveis de baixo carbono até 2030, R$ 17,8 bilhões serão aplicados entre 2023 e 2026 e R$ 12,8 bilhões após esse período. Até agora, a execução financeira soma R$ 7,3 bilhões, o equivalente a 40,8% do orçamento previsto até 2026, enquanto a execução física alcançou 29,4%.
O portfólio inclui biocombustíveis (etanol 2G, biodiesel, biometano e diesel verde), captura e armazenamento de carbono, biorrefinarias e estudos para conversão de refinarias fósseis em unidades renováveis.
Entre as entregas já realizadas no âmbito do Novo PAC, destacam-se: a maior planta de biometano do Brasil, em Piracicaba - SP, que abastece a produção de fertilizantes de baixo carbono. Três novas usinas de etanol de segunda geração (2G) em diferentes regiões do país e estudos concluídos para transformar uma refinaria de petróleo em biorrefinaria, com resultados considerados exitosos.

