O controle de pragas da cana conciliando os métodos biológico e químico
01-06-2020

Mais de 80 espécies de pragas atacam o canavial
Mais de 80 espécies de pragas atacam o canavial

A cana-de-açúcar pode ser atacada por mais de 80 espécies de pragas, que contabilizam perdas de aproximadamente 20% ao ano

Mundialmente, a lavoura canavieira contabiliza perdas de aproximadamente 20% ao ano, considerando somente o ataque de pragas. Especialistas na área informam que a cana-de-açúcar pode ser atacada por mais de 80 espécies de pragas, sendo que algumas delas, como nematoides, muitas vezes são observadas nas lavouras somente após terem causado danos, uma vez que são pragas de solo e, por isso, de difícil observação.

O consultor Alexandre de Sene Pinto atende 45 usinas, que cultivam cana-de-açúcar em mais de um milhão de hectares, seu trabalho concilia a utilização do controle biológico com o químico. “Avançamos muito na compreensão do uso de ambos no controle da broca e de outras pragas”, observa. O Brasil já tem um histórico na utilização, em conjunto, desses dois sistemas de controle – constata. 

“Evoluímos muito em relação ao que deve – ou não deve – ser feito e ao momento adequado de utilização de cada método”, diz o consultor. Em sua avaliação, não é mais possível o agricultor se restringir ao uso de somente um tipo de controle.

Para o manejo da cigarrinha-das-raízes, a utilização de inseticida com fungo está sendo uma excelente opção – informa Alexandre de Sene. “Há o uso de dose baixa do fungo para dar um residual mais adiante. Isso tem dado certo nos últimos quatro anos. Temos trabalhado com outras pragas, unindo ambos sistemas de controle, criando inclusive a parte biológica para Sphenophorus e Migdolus, o que não existia”, revela.

A adoção de apenas um controle, para a broca de cana-de-açúcar, não apresenta eficiência – afirma. “Consideramos o uso de dois ou três. E, dependendo da variedade, até quatro controles ou mais, incluindo os fisiológicos ou alguns produtos de residual mais curto. Algumas variedades exigem mais zelo e cuidado”, alerta.

 O trabalho, realizado por essa consultoria, inclui um rodízio entre Diamidas e biológicos no manejo da broca-da-cana. “O Trichogramma é o de maior destaque no controle biológico. A Cotésia tem sido um guardador de canavial. Apesar de ser o programa mais antigo de controle biológico e o mais importante do mundo, a Cotésia tem a sua utilização mais restrita à manutenção da população da broca, quando se está esperando a colheita, devido à disponibilidade atualmente de outras tecnologias”, esclarece.

Fonte CanaOnline