Oferta total de etanol na safra 2025/26 deverá cair 5%

23-04-2025

Produção de etanol anidro deverá crescer

O preço do etanol hidratado, no mercado de Paulínia-SP, fechou o mês de março com uma queda de 3,4%, alcançando R$ 2,85 por litro, sem impostos. A entrada das primeiras usinas em operação para a safra 2025/26, aliada ao clima seco de março, contribuiu para o aumento na produção de etanol, o que elevou a oferta e, consequentemente, impactou os preços.

De acordo com o Itaú BBA, a expectativa é de que esse movimento se intensifique nos próximos meses, com os preços do etanol seguindo uma trajetória de queda moderada, embora a demanda pelo biocombustível continue aquecida.

Com a colheita de cana-de-açúcar entrando em plena operação nos próximos meses, a oferta de etanol deverá crescer consideravelmente, o que tradicionalmente pressiona os preços até o final do primeiro semestre. No entanto, apesar desse aumento na oferta, não se espera que os preços do etanol caiam drasticamente. Isso ocorre porque a demanda pelo biocombustível segue elevada, o que limita a queda dos preços no curto prazo.

De acordo com as estimativas, a oferta de etanol à base de cana deverá ser de 23,5 bilhões de litros, uma queda de 13% em relação ao ano anterior. Já a produção de etanol à base de milho deverá crescer 17%, alcançando 9,6 bilhões de litros. Como resultado, a oferta total de etanol para o ano deverá cair 5%, somando 33,1 bilhões de litros.

Além da redução da oferta total de etanol, a distribuição entre os tipos de etanol também merece destaque. A produção de etanol anidro, que é destinado à mistura com a gasolina, terá um aumento em sua participação na produção total. Nesse contexto, a oferta de etanol hidratado, destinado ao mercado de combustível, deverá ser reduzida em 12% ao longo do ano, impactando a paridade do etanol hidratado em relação à gasolina.

Para a safra 2025/26, a estimativa é de que a paridade média do etanol hidratado no estado de São Paulo fique em 72%, um aumento em relação aos 68% da safra 2024/25. Essa paridade precisa ser mantida acima dos níveis da safra passada para garantir a competitividade do etanol frente à gasolina. No entanto, a expectativa é de que o valor da gasolina, controlado pela Petrobras, se mantenha estável durante os próximos meses, o que influenciará diretamente o preço final do etanol.

Embora a expectativa seja de queda nos preços do etanol devido ao aumento da oferta, a dinâmica de demanda aquecida e a mudança na distribuição entre os tipos de etanol devem manter os preços em patamares relativamente elevados. A, somada à redução da oferta de etanol hidratado para combustível, deve garantir que os preços não sofram grandes variações, mas sim ajustes moderados.