Paraná lança fundo pioneiro de R$ 2 bilhões para impulsionar o agronegócio via cooperativas
07-04-2025

Criado pelo governo de Ratinho Junior e com gestão privada, FIDC Agro Paraná amplia acesso ao crédito para investimentos em modernização agrícola no Estado

Em uma iniciativa inédita no Brasil, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, lançou oficialmente na sede da B3, em São Paulo, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios nas Cadeias Produtivas do Agro (FIDC Agro Paraná). O fundo inovador é o primeiro do país criado por um Estado com foco exclusivo no financiamento da cadeia produtiva do agronegócio, com expectativa de alavancar até R$ 2 bilhões em crédito para produtores rurais vinculados a cooperativas e empresas integradoras nos 399 municípios paranaenses.

O fundo surge como alternativa ao tradicional Plano Safra, oferecendo condições de financiamento mais atrativas e com foco em expansão, modernização e infraestrutura agrícola. Os recursos poderão ser usados para aquisição de máquinas, sistemas de irrigação, equipamentos logísticos e outras melhorias essenciais.

O FIDC Agro Paraná será estruturado em modelo de "guarda-chuva", permitindo a criação de subfundos vinculados às cooperativas e empresas integradoras, que atuarão diretamente na concessão do crédito aos seus cooperados.

O Governo do Estado já aportou R$ 150 milhões por meio da Fomento Paraná, com mais R$ 200 milhões disponíveis para outros fundos semelhantes. A gestão do fundo será feita pela Suno Asset, do Grupo Suno, escolhida via chamada pública e com ampla experiência no setor – a gestora administra mais de R$ 1,5 bilhão, dos quais R$ 500 milhões estão aplicados no agronegócio.

"A operação será 100% privada, com o Estado atuando apenas como impulsionador do processo, definindo diretrizes e incentivando a cadeia produtiva paranaense", destacou Ratinho Junior. “É um modelo que une a força da agroindústria com a solidez das nossas cooperativas”.

Foco na geração de emprego e renda no Paraná

Os investimentos serão direcionados exclusivamente a operações dentro do Paraná, com preferência para a compra de máquinas, equipamentos e serviços produzidos por empresas locais. O objetivo é fortalecer a economia regional, gerando empregos, renda e arrecadação, em um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

"O regulamento prevê que os recursos priorizem fornecedores paranaenses, fortalecendo não só o campo, mas também a indústria e o comércio local", ressaltou Claudio Stabile, presidente da Fomento Paraná.

A expectativa é que o fundo sirva de modelo para multiplicar investimentos no agro paranaense. Segundo projeções do governo, os aportes públicos e privados podem gerar até R$ 14 bilhões em investimentos totais nos próximos anos.

Na primeira fase, o foco estará nas cooperativas com maior estrutura. Já os produtores rurais terão acesso aos financiamentos em uma etapa seguinte, com regras e condições definidas em conjunto pela Fomento Paraná e a Suno Asset. As cooperativas também poderão atuar como investidoras do próprio fundo.

A criação do FIDC Agro Paraná também se baseia na força econômica das cooperativas paranaenses, consideradas um dos pilares do agronegócio no Estado. Atualmente, o Paraná conta com 226 cooperativas ativas, sendo que 16 figuram entre as 500 maiores empresas do país e 11 estão entre as principais agroindústrias cooperativas do mundo.

Em 2024, o setor cooperativista estadual faturou R$ 205,7 bilhões. A expectativa é de que esse número alcance R$ 300 bilhões em 2026 e R$ 500 bilhões em 2030, alavancado por investimentos como o promovido pelo novo fundo.