Parceria entre BiomCrop e Esalq-USP visa desenvolver produtos que representem conceitos novos para a agricultura
25-01-2023
O Probiom, um biofertilizante fruto dessa parceria, possui mais de 500 tipos de microrganismos. É um produto multifuncional com alta tecnologia, voltado à agricultura sustentável
Uma parte entra com aporte de estrutura e pessoal. A outra entra com parte dos recursos para tocar o projeto e bagagem sobre posicionamento de produtos no mercado. Essa é a dinâmica da parceria entre BiomCrop e Esalq-USP, por meio da Embrapii.
"A parceria e o co-desenvolvimento são fundamentais. O papel da universidade é fazer pesquisa, desenvolvimento e trazer a inovação. A empresa entra no co-desenvolvimento e na parte de direcionamento de mercado”, explicou Ítalo Delalibera Júnior, professor da Esalq-USP e diretor da unidade da Embrapii na universidade.
A Embrapii é uma organização social que tem por objetivo auxiliar empresas novas a desenvolverem produtos. Isso porque, geralmente, as empresas não possuem infraestrutura dedicada à pesquisa e desenvolvimento no começo da “vida”.
"A gente já tem essa competência [de pesquisa e desenvolvimento] aqui [na Esalq]. Temos infraestrutura montada e pessoal. Então, aportamos isso para trazer inovação para a empresa”, disse o professor.
Buscar conhecimento nas universidades, ao invés de internalizar a pesquisa e o desenvolvimento, é uma das premissas da BiomCrop. E a empresa encontrou, na Esalq-USP, estrutura e conhecimento em microbiologia fundamentais para que o projeto pudesse evoluir. É o que contou Alan Pavani, diretor de Marketing e Inovação da BiomCrop.
“A BiomCrop entrou nessa parceria com a Esalq para desenvolver produtos que representem conceitos novos. Nossa base para desenvolver novos produtos é a biodiversidade. [Esses produtos] serão totalmente diferentes em relação ao que se tem no mercado hoje”, acrescentou.
Para o professor Ítalo, a parceria com a BiomCrop traz benefícios para a empresa, a universidade, o mercado e a sociedade. "Pretendemos trazer para o mercado produtos inovadores, que sejam disruptivos. Hoje, o mercado [de insumos] cresceu muito, mas tem-se muito do mesmo”, disse.
Ao patentear produtos inovadores, a empresa valoriza o mercado nacional e torna o agronegócio mais sustentável. Também oferece um caminho para o agricultor explorar recursos já presentes no solo, conforme exemplificou o professor.
"Existem bilhões de dólares em fosfato [fósforo] no solo brasileiro. Em pouco tempo [depois de aplicado], metade não está disponível para a planta. Ou seja, o produtor tem, no solo, um banco de nutrientes que iria conseguir acessar usando compostos orgânicos, produzidos por microrganismos. As enzimas liberadas no ambiente deixam esses nutrientes solúveis, para as plantas assimilarem”, explicou.
Já para a universidade, o ganho está em desenvolver pesquisas mais avançadas e preparar alunos para o mercado de trabalho.
“Criamos competência interna para avançar o desenvolvimento [de produtos] até a fase pré-comercial. Temos equipes para trazer à indústria não só descobrimento de microrganismos, mas estudos sobre produção e viabilidade [deles], por exemplo. Nós conseguimos criar essas competências a partir dessas parcerias com as empresas”, contou o professor.
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