Plantadoras de tolete estão evoluindo e oferecem custo com plantio em torno de 25% menor que o manual esparramado
29-08-2019
Para ter bom resultado depende das pessoas, é preciso treinar a equipe, conscientizar, envolver os profissionais
“O plantio mecanizado surgiu porque as empresas não tinham mão de obra especializada, com o plantio manual ocorriam muitos problemas trabalhistas e o custo ficou proibitivo. Ainda hoje, o custo do plantio mecanizado é menor em torno de 20% a 25% em relação ao antigo plantio manual esparramado”, observa o engenheiro agrônomo Dib Nunes Jr, Presidente do Grupo IDEA.
Na visão de Dib, o setor precisa melhorar a qualidade do plantio. “Tenho visitado áreas plantadas com máquina que apresentam altíssima qualidade, isso porque seus gestores não visam rendimento, mas qualidade do plantio. Tudo começa pela colheita da muda, é preciso calma, ir com baixa velocidade, trocar com mais frequência os elementos cortantes da colhedora. Quem pensa apenas em rendimento na colheita de mudas, não tem esses cuidados. Para fazer bem-feito é preciso observar a operação, começou a estragar os toletes, a danificar as gemas, para imediatamente, não adianta continuar colhendo e depois despejar toneladas de mudas machucadas no sulco, não vai brotar, vai ter falhas”, alerta Dib.
| Na visão de Dib o setor precisa melhorar a qualidade do plantio mecanizado |
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| Crédito: CanaOnline |
Os cuidados continuam na operação de plantio, observa Dib. “Muitos reclamam do plantio mecanizado, mas buscam mais rendimento do que qualidade. É preciso fazer devagar, é uma operação delicada. E para ter bom resultado depende das pessoas, é preciso treinar a equipe, conscientizar, envolver os profissionais.”
Dib prevê um cenário com espaço para as várias modalidades de plantio – mecânico, manual, Meiosi –, mas no qual o plantio mecanizado de cana com tolete continuará liderando, na faixa dos 65%. Para ele, abandonar o plantio mecanizado de cana é um retrocesso. “Quem ainda não treinou a sua equipe para o plantio mecanizado, é melhor realizar o plantio manual por esparrame, mas é preciso evoluir, não pode estacionar, pois as desvantagens deste tipo de plantio se mantêm – falta de mão de obra especializada e problemas trabalhistas.”
O Presidente do Grupo IDEA salienta que as plantadoras evoluíram muito. “Como no caso da plantadora da DMB que tem kits de acabamento, sulcação, destorroamento, cobrimento, subsolagem, aplica inseticida, adubo, calcário. É multifuncional, ao fazer todas essas operações reduz muito o custo do plantio mecanizado.”
| Há quem esteja mecanizando o plantio mesmo em áreas com Meiosi |
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| Crédito: CanaOnline |
O engenheiro agrônomo Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas, líder no mercado de plantadoras de cana, constata que o plantio mecanizado de cana-de-açúcar, realizado de maneira eficiente, tem proporcionado resultados bastante positivos para produtores e unidades sucroenergéticas. “Algumas usinas estão utilizando quantidade de mudas similar à que é usada no plantio manual. Existe caso de consumo de 10 toneladas de mudas por hectare, plantadas com a máquina automatizada.”
Um grande diferencial da mecanização do plantio é a possibilidade de sua integração às tecnologias avançadas, que utilizam recursos mais eficientes para a realização dessa operação. A própria DMB recorre à automação para distribuição de mudas por meio da Plantadora Automatizada de Cana Picada PCP 6000, que realiza a sulcação, adubação, banho de fungicidas nos rebolos, aplicação de inseticidas contra pragas de solo e cobrição do plantio da cana em duas linhas.
Automatizada, a da Plantadora de Cana Picada PCP 6000 é dotada de um sulcador com dispositivo destorroador, que barateia e simplifica o preparo do solo. O novo implemento reduz o número de operações do preparo de solo convencional, diminuindo o custo desta etapa do processo de produção de cana.
O sulcador com dispositivo destorroador cria um ambiente propicio para a brotação da gema, reduzindo o número de falhas e a quantidade de mudas utilizadas no plantio. Segundo Auro Pardinho, o uso deste acessório proporciona também um melhor perfilhamento da cana-de-açúcar, possibilitando um maior arranque no desenvolvimento inicial da planta. O novo sulcador poderá ser adquirido com a plantadora ou separado, caso o produtor ou a usina já possua a PCP 6000 Automatizada.
| “Algumas usinas estão utilizando quantidade de mudas similar à que é usada no plantio manual”, diz Pardinho |
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| Crédito: CanaOnline |
O sistema de distribuição de toletes da máquina automatizada tem sido fundamental para usinas e produtores utilizarem uma quantidade de mudas bastante próxima a do plantio manual. Pardinho salienta que a PCP 6000 Automatizada faz a distribuição de maneira muito mais uniforme do que a máquina convencional – compara –, porque lança no sulco somente a cana necessária para o plantio.
As duas esteiras da plantadora automatizada possuem um ângulo invertido no ponto de distribuição dos rebolos no sulco, fazendo com que o excesso seja devolvido para a caçamba. Um encoder instalado no seu eixo indica a velocidade das esteiras em RPM, permitindo calibrar a quantidade de rebolos e, consequentemente, de gemas por metro linear. Com esses recursos, são lançados no sulco de plantio somente os rebolos presentes nas taliscas das esteiras.
Mas, para que todo o potencial proporcionado pelo avanço tecnológico seja aproveitado da melhor maneira possível, Pardinho observa ser necessário a adoção das melhores práticas que fazem parte do processo de plantio de cana-de-açúcar, como: mudas sadias cultivadas em viveiros, o que inclui o roguing – inspeções fitossanitários com arranquio de touceiras afetadas por doenças ou pragas –, exemplifica.
A produção de mudas de qualidade deve desconsiderar o uso de cana de primeiro ou segundo corte, e sim preparar um viveiro de mudas para tal. É preciso também adotar diversos cuidados na colheita de mudas, como a utilização de faquinhas novas para que não sejam causadas trincas nos toletes – observa o gerente de marketing da DMB. Além disso, devem ser usadas máquinas apropriadas para a colheita de mudas, com sistema que reduz pontos de atrito com a planta e eleva o índice de preservação das gemas. “A utilização de Mudas Pré-Brotadas (MPBs) é também uma medida que favorece a utilização de mudas sadias e, portanto, a germinação de novas plantas”, comenta Pardinho.
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