Potencial de descarbonização do setor de bioenergia e açúcar
31-07-2025
Quando se fala sobre mudanças climáticas, a descarbonização é uma das pautas mais urgentes. O termo se refere à redução ou eliminação dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. O dióxido de carbono, mais conhecido como CO2, é o maior GEE, e sua emissão desenfreada tem como consequência o aquecimento global.
A queima de combustíveis fósseis é uma das principais responsáveis pelo CO2. Por isso, a transição energética é uma das prioridades quando o assunto é descarbonização.
Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) projetou que, com a adoção de novas tecnologias, o setor de bioenergia e açúcar pode aumentar sua produtividade média de 74,6 t/ha em 2022 para 149,3 t/ha em 2042 e ainda expandir em 129% no potencial de emissão evitada de GEE por hectare cultivado.
A pesquisa foi encomendada pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTA) e comparou dois cenários: um de 2022 e 2023 e outro, projetado, de 2042. O estudo focou na mensuração dos impactos ambientais e energéticos a partir da adoção de novas tecnologias, avaliando exclusivamente a produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil. A janela de 20 anos possibilita que a estimativa de descarbonização seja avaliada sem a necessidade de expandir a área cultivada.
Intitulado Impacto das novas tecnologias para aumento de produtividade no potencial de mitigação de GEE pela cana-de-açúcar até 2042, o estudo ressalta a relevância da cana-de-açúcar na matriz energética brasileira e como estratégia para mitigação das emissões dos gases de efeito estufa.
Outros resultados
A FGV estimou que a produção total de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil passaria de 550,1 milhões de toneladas para 1.059,2 milhões de toneladas. A pesquisa também observou um aumento de 6,3% no rendimento de etanol hidratado para cada tonelada de cana processada.
Outro potencial abordado, referente a um cenário em que 100% da cana seria destinada à fabricação de etanol e bioeletricidade, é que as emissões evitadas iriam de 78 milhões de toneladas de dióxido de carbono (MtCO₂)/ano para 179 MtCO₂/ano. Outro destaque é o aumento na energia útil gerada por hectare, que cresceria em 112% como consequência da maior produção de biomassa e da melhoria no rendimento industrial.
O que precisa ser feito?
Todas essas projeções se baseiam em avanços tecnológicos e soluções que possam expandir o setor. Como exemplos, o estudo cita biotecnologias e melhorias industriais. A pesquisa também destacou a importância de subsídios técnicos e científicos para estratégias que promovam a competitividade do setor no mercado global de energias renováveis e que reforcem sua contribuição às metas climáticas.
Clique aqui para acessar o estudo.
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Fonte: Siamig Bioenergia

