“Precisamos de um salto na melhoria da qualidade das operações, do preparo à colheita de cana”
14-08-2015
A lavoura canavieira só se rendeu à máquina nos anos 2000, fatores como proibição da queima, escassez de mão de obra e aumento do custo trabalhista, pesaram na decisão. Mas a mudança veio mesmo a partir de 2007, quando o setor sucroenergético paulista, em parceria com as Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura do Estado de São Paulo, assinou o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético Paulista. Grande passo para a mecanização, pois São Paulo responde por 60% da cana produzida no país.
Com o Protocolo, 170 unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores (que representam 5.997 fornecedores de cana signatários), que juntos significam mais de 90% da produção paulista, se comprometeram a antecipar o fim da queima da palha para 2014 nas áreas mecanizáveis e para 2017 nas áreas não mecanizáveis.
Segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo), em 2007 havia 163 mil cortadores manuais no estado, e a mecanização da colheitaera de 58,3%. Na safra 2014/15 o índice de mecanização da colheita atingiu 90%. Estima-se que o número de trabalhadores do corte de cana tenha reduzido para cerca de 50 mil no final de 2014.
A Raízen, uma das maiores empresas de energia do mundo, com 24 unidades produtoras e40 mil funcionários, sendo que, deste montante, 18 mil profissionais são da área agrícola, nesta safra conta com 97% da colheita de cana mecanizada e 87% do plantio. Mas, na opinião de Fernando Lima, diretor de Produção Agrícola, o setor paga a conta por esse ambiente cada vez mais mecanizado, na colheita e no plantio. “Fomos para um plantio mecanizado em velocidade enorme, o que levou é esse altonível de falhas que se tem hoje. É preciso discutir muito com os fabricantes o aperfeiçoamento das máquinas. E a qualidade da colheita precisa evoluir sempre. Sem esquecer as pessoas. O trabalhador precisa ser qualificado.”
A forma de melhorar a produtividade, ou pelo menos recuperar o que se tinha antigamente, na visão de Lima, passa principalmente pela melhoria do plantio. “Temos muita soca falhada, com custos enormes para recuperar essas falhas.Precisamos de um salto na melhoria da qualidade das operações, do preparo à colheita.”
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