Preços do etanol sobem, enquanto o açúcar segue em queda
24-06-2025
Menores estoques e alta do petróleo sustentam o biocombustível; para o adoçante, liquidez está baixa
Por Marcelo Beledeli — Porto Alegre
Os principais derivados da cana-de-açúcar apresentaram comportamento contrário na última semana, mostram dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Entre 16 e 20 de junho, depois de recuarem por cinco semanas consecutivas, as cotações do etanol hidratado subiram no mercado spot do estado de São Paulo. Já o açúcar voltou a cair no mesmo período.
Segundo o Cepea, a postura firme do vendedor e os estoques menores de etanol deram sustentação ao valor do etanol hidratado. De acordo com pesquisadores, vendedores abriram preços mais altos no começo da semana, e as cotações se sustentaram ao longo do período.
A forte valorização externa do barril do petróleo foi um fator que influenciou essa postura de agentes. Do lado comprador, alguns estiveram ativos, mas negociaram de forma pontual.
Nesse cenário, o indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado fechou a semana em R$ 2,5696 o litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 1,15% frente ao do período anterior. O etanol anidro foi cotado a R$ 2,9134 o litro, elevação de 0,39% no mesmo comparativo.
Já no mercado spot de açúcar cristal branco, a liquidez está baixa. Segundo pesquisadores do Cepea, na semana passada, além do feriado de Corpus Christi, que tende a diminuir o volume das negociações, compradores não adquiriram grandes quantidades no spot. Pesquisadores do Cepea ressaltam que a demanda tem sido limitada desde o início da atual safra 2025/26 (abril/25).
Aparentemente, o volume de açúcar recebido por meio dos contratos se mostra suficiente para o andamento da produção, reduzindo, desta forma, a necessidade de compras adicionais no spot. Quanto aos preços, seguem em queda. Apesar de uma reação no início da semana, o indicador Cepea/Esalq do açúcar cristal branco encerrou a sexta-feira com a cotação de R$ 123,02 a saca. No acumulado da parcial de junho (até o dia 20), a retração do indicador é de quase 8%.
Fonte: Globo Rural

