Primeira associação a ter canaviais certificados, Assobari agora colhe os frutos de seu pioneirismo
Primeira associação a ter canaviais certificados, Assobari agora colhe os frutos de seu pioneirismo
Em janeiro de 2016, a Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari) se tornou a primeira entidade representativa do setor sucroenergético mundial a ter canaviais certificados. Emitido pela Bonsucro, plataforma líder global de sustentabilidade para a cana-de-açúcar, o selo atesta a adoção de práticas sustentáveis pelos associados, assegurando o cumprimento da legislação vigente, o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, a garantia da sustentabilidade na produção, a preservação da biodiversidade e dos serviços do ecossistema, além da produtividade e da melhoria contínua dos processos de produção.
Anteriormente, a Assobari já havia desenvolvido um protocolo de qualidade agro socioambiental juntamente com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização Internacional Agropecuária (OIA) e a Usina Della Coletta. Essas diretrizes, inclusive, foram compartilhadas com a Bonsucro, que passou a utilizá-las como referência para certificação de canavicultores.
Durante a “Bonsucro Global Week”, evento que está sendo realizado esta semana em Ribeirão Preto/SP, conversamos com o presidente do conselho da Assobari, Ulisses Fanton. Segundo ele, os produtores associados já estão colhendo os frutos da certificação, como aperfeiçoamento do gerenciamento da propriedade, economia no uso de fertilizantes e defensivos, incremento de produtividade e melhoria da qualidade da matéria-prima.
Com relação a parte financeira, o executivo afirmou que, infelizmente, canaviais certificados ainda não são remunerados de forma diferente. Mas, visando suprir esse gap, a Bonsucro desenvolveu uma plataforma de negociação de créditos que oferece uma maneira direta para as empresas apoiarem unidades industriais e agricultores sustentáveis em todo o mundo.
Atualmente, um crédito representa uma tonelada de cana-de-açúcar, açúcar bruto, melaço ou um metro cúbico de etanol certificado pela Bonsucro. Os produtores definem o preço de seus produtos, colocando-os no controle. A plataforma pode combinar os preços automaticamente com os requisitos dos compradores. Os créditos são negociados separadamente dos produtos físicos que representam, que podem então ser vendidos em transações convencionais de commodities. “No final, esse dinheiro vai direto para o bolso do produtor”, observa Fanton.