Primeira Reunião Técnica sobre Cana-de-Açúcar debate temas importantes para o setor produtivo canavieiro
28-11-2025
A busca por soluções inovadoras e sustentáveis para o setor sucroenergético pautou a Primeira Reunião Técnica sobre Cana-de-Açúcar, realizada nesta terça-feira (25), na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa. O encontro teve como tema “Resultados e Perspectivas: Inovação e Sustentabilidade no Setor Sucroenergético” e foi promovido pelo Grupo de Estudos em Cana-de-Açúcar (GESUCRO), vinculado ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB), no campus de Areia, em parceria com a Associação de Plantadores de Cana-de-Açúcar da Paraíba (ASPLAN) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/PB.
A atividade reuniu produtores, pesquisadores, técnicos, representantes de entidades setoriais e estudantes, criando um ambiente de integração entre academia e setor produtivo. A mesa de abertura do evento foi composta pelo presidente da Asplan, José Inácio de Morais, pelo representante da Reitoria da UFPB, Alberto Germano, pela presidente do Gesucro, Estephany Cardoso, pelo Superintendente do Senar/PB, Sérgio Martins e o professor Manoel Bandeira, do Campus da UFPB de Areia.
Em sua fala, o presidente da Asplan, José Inácio, lembrou da importância da agricultura e da cultura canavieira e de encontros que aproximem o conhecimento científico e a prática agrícola. “Eu fico feliz hoje de ver a universidade integrada a sociedade e prestando um serviço junto ao setor produtivo. A cultura canavieira não é apenas um pilar econômico, é parte da história e do futuro energético do país. E debates como esse, que unem academia e prática produtiva, tornam o setor mais inovador e sustentável. Por isso a Asplan apoia eventos desta natureza”, disse ele, lembrando que o mundo precisa de produção, o Brasil tem onde produzir e é um país privilegiado neste aspecto.
Ao longo do evento foram apresentados estudos sobre o uso de bioinsumos em fundo de sulco na cana-de-açúcar (um estudo feito na Japungu), sobre manejo de adubação, sobre detecção de pragas e aplicação aérea de bioinsumos e ainda sobre efeitos do estresse térmico e da alta radiação na cana-de-açúcar, além das vantagens dautilização de pó de rocha na agricultura, promovendo um espaço de diálogo e atualização sobre as principais inovações e desafios atuais do setor sucroenergético.
“A iniciativa faz parte da articulação de dois projetos de extensão, o primeiro aborda a ‘Cana-de-açúcar: maximizando a produtividade dos produtores rurais com inovação e tecnologias’, fomentado pelo Edital Probex 2024/2025. O segundo projeto integra as ações de extensão do Programa de Pós-graduação em Agronomia do CCA/UFPB, que recebe fomento do Programa PROEX-PG da CAPES. Ambos já estão no seu segundo ano”, explica o José Bruno Malaquias, professor orientador do GESUCRO.
A palestra “Manejo da adubação para formação da safra 26/27”, proferida pelo Professor Doutor Emídio Cantídio, foi uma das que mais despertou interesse nos produtores presentes ao evento. E ele começou a palestra lembrando que a planta bebe nutrientes, que tudo começa com uma boa calagem e que conhecer a fertilidade do solo é de suma importância. “Saber a fertilidade do solo é imprescindível, identificar o PH, os níveis de cálcio, magnésio, alumínio… vocês têm que entender isso para poder equilibrar a nutrição da planta e usar os produtos certos, nos momentos certos”, disse ele. O diretor do DETEC da Asplan, Neto Siqueira, lembrou que esse serviço de análise de solo é realizado sem custo para os associados paraibanos.
Segundo o especialista, a raiz não cresce em profundidade se tiver alumínio alto ou baixo. “Você pode adubar quanto for, mas ela não cresce, não se desenvolve nestas circunstâncias. É fundamental identificar o solo para ter um panorama de avaliação e assim direcionar e definir bem as estratégias, se vai ser calcário, gesso, qual a relação da formulação a ser usada, etc”, reforçou ele, lembrando que a fertilidade do solo impacta diretamente na produção da lavoura. “Se eu tenho um solo arenoso, que não segura água, e eu tenho baixa fertilidade, o impacto na produtividade é extremo”, reiterou ele.
Sobre avaliação de pragas, Dr. Emídio destacou que ainda se avalia muito pouco a questão da Broca Gigante. “A gente ainda olha muito pouco para essa praga. Eu vejo os buracos nos canaviais e digo a vocês que isso faz uma grande diferença. Eu vi áreas se transformar de 55 toneladas e voltar a produzir 60/70 toneladas porque fez controle de Broca Gigante. Aproveita a carona do inseticida para fazer a parte de nutrição. Façam e vejam os resultados”, disse ele.
Sobre erros comumente cometidos relacionados a baixa produtividade, Dr. Emídio fez um lembrete importante sobre a questão relacionada a Fósforo. “Se você fez uma análise de solo e o Fósforo tá baixo, você pode diminuir o Fósforo, mas nunca tirar porque ele é responsável por 57% do crescimento da cana-de-açúcar e sem ele a planta não tem energia para crescer, ela trava o crescimento”, afirmou ele.
O Diretor do DETEC da Asplan, Neto Siqueira, avaliou o evento como muito produtivo. “Tivemos palestras de alto nível, com temas bem pertinentes ao nosso dia a dia, uma plateia seleta, com muitos estudantes que serão o futuro do nosso setor, enfim, foi um encontro muito bom”, finalizou.
Fonte: Asplan

