Quem planta cana é a usina, mas a produtora acompanha de perto a operação

19-02-2020

Patrícia Marta Matarazzo, proprietária da Fazenda Santa Cruz e Pau D’Alho, de Bebedouro, SP, fornece 100% de sua produção de cana para a Tereos. Patrícia é uma produtora diferenciada, é a primeira do Brasil a ter seus canaviais certificados pela SAI (Sustainable Agriculture Initiative), uma certificadora de sustentabilidade europeia. O nível ouro obtido na SAI atesta as operações conduzidas na propriedade, que respeitam critérios pré-estabelecidos nas esferas social, ambiental e tributária. A Santa Cruz e Pau D’Alho também faz parte do seleto grupo de apenas 10 fazendas particulares que ostentam o selo Bonsucro.

Com esse histórico, nada mais natural de que Patrícia e sua equipe desenvolvam as melhores práticas de produção, além de conferirem de perto cada etapa dos trabalhos realizados pela usina, como é o caso do plantio de cana. “O plantio é 100% com máquina, a usina quem faz, mas acompanhamos e decidimos tudo”, conta a produtora.

Patrícia é apaixonada por inovações tecnológicas e pela excelência na produção

Patrícia é formada em Psicologia, porém, há mais de 20 anos assumiu a gestão da fazenda, o que incluiu acompanhar a lida no campo, o que lhe confere propriedade para falar sobre as práticas agrícolas adotadas. No caso do plantio mecanizado de cana, Patrícia salienta que é necessário escolher variedades propícias para o plantio com máquina. Também deve-se adequar a máquina na hora do plantio, pois há variedade que precisa ser plantada em uma profundidade menor, em razão de ser mais difícil a brotação. 

Outro ponto fundamental observado pela produtora, é que a muda tem de ser boa, não pode ter sido machucada na colheita. “Se ela vier fraca ou danificada, não haverá brotação. Conferimos as mudas ao chegarem para ver se estão em bom estado”, conta. Com esses cuidados, o plantio mecanizado realizado pela Tereos na Santa Cruz e Pau D’Alho utiliza 14 toneladas de mudas por hectare.

A média anual de renovação da fazenda na Santa Cruz e Pau D’Alho é de 20% da área, em torno de 17 hectares. “Sempre há um talhão no primeiro corte e o um no quinto, é o que faz manter o ganho anual”, diz Patrícia, que concorda que renovar o canavial é o maior custo do processo produtivo da cana. Por isso, defende que, além de realizar um plantio com qualidade, sem falhas, com variedades adequadas aos ambientes de produção, é fundamental realizar um manejo com todo o carinho para que a produtividade se mantenha alta por vários cortes.

Esse manejo é feito pela equipe de profissionais da fazenda, com o acompanhamento de Patrícia. “Valorizamos muito a questão de nutrição da planta. As recomendações são baseadas na análise de solo, extração da cultura e consideramos ainda o residual de palha, principal fator para garantir uma boa produtividade. O controle de pragas realizamos mediante avaliação em campo e levamos em conta o ciclo de vida da praga e condições de clima para acertarmos o time da aplicação e produto.”