Raízen vê prejuízo aumentar ainda impactada por seca nos canaviais
14-05-2025

Raízen no Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP) — Foto: Raízen / Divulgação
Raízen no Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP) — Foto: Raízen / Divulgação

A Raízen ainda sente os impactos da seca e dos incêndios que afetaram os canaviais da companhia em agosto do ano passado. No quarto trimestre da safra 2024/25 (janeiro a março), o prejuízo líquido da empresa chegou a R$ 2,5 bilhões, em comparação com o resultado negativo de R$ 878,6 milhões registrados no mesmo período do ciclo passado.

Por Paulo Santos — Campina Grande (PB)

Em comunicado de resultados, a Raízen atribuiu seu desempenho negativo ao clima seco, que prejudicou o desenvolvimento e a produtividade da cana, e aos incêndios que atingiram os canaviais da região Centro-Sul e comprometeram a moagem, afetando diretamente o desempenho operacional e financeiro.

“Esse cenário resultou em menor disponibilidade de produto, alteração do mix de produção, redução do rendimento industrial e menor diluição de custos”, disse a companhia.

Além do desempenho operacional, o resultado da Raízen no quarto trimestre foi impactado por efeitos não recorrentes, principalmente relacionados à revisão da estratégia de atuação em trading.

A receita líquida da empresa avançou 7,5% no período analisado, alcançando R$ 57,72 bilhões, enquanto o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado teve queda de 53%, somando R$ 1,7 bilhão.

A Raízen atribuiu o recuo no Ebitda aos menores volumes comercializados de combustíveis e de açúcar próprio, além da menor contribuição das operações de trading, que pressionaram as margens operacionais.

A relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado ficou em 3,2 vezes no quarto trimestre da atual safra, versus 1,3 vezes reportado pela empresa um ano antes. Além da queda no resultado operacional, o aumento da dívida refletiu o volume de investimentos em crescimento e da redução em R$ 6,6 bilhões do saldo de operações de convênio com fornecedores e adiantamento de clientes, comunicou a Raízen.

Sobre a operação de moagem, a Raízen processou 78,2 milhões de toneladas de cana no quarto trimestre da safra 2024/25, queda de 7,1% na base de comparação anual. A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) cresceu 1,5%, para 135,8 quilos por tonelada de cana.

“O clima seco e as queimadas na região Centro-Sul afetaram negativamente a moagem, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade dos canaviais. Embora o aumento do ATR tenha compensado parcialmente a perda de produtividade, houve uma queda na produção de açúcar equivalente”, pontuou a Raízen.

Fonte: Globo Rural