São José Agroindustrial: sincronia entre campo e indústria
04-09-2025

A empresa monitora, controla e otimiza em tempo real todas as operações da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, do plantio, colheita e transporte à geração de energia
Por Danielle Santana
Em um cenário onde a busca por eficiência e sustentabilidade se intensifica, a São José Agroindustrial, que faz parte do Grupo Familiar Cavalcanti Petribú, tem se destacado pela constante inovação em seus processos produtivos.
Desempenhando um papel fundamental na cadeia produtiva do agronegócio brasileiro, a São José realiza a produção de açúcar, etanol e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar.
Diante de um mercado cada vez mais exigente, tanto em relação à qualidade dos produtos quanto aos critérios socioambientais, a empresa reúne uma série de certificações como FSSC 22000, ISO 9001:2015, Bonsucro, RenovaBio e o Selo Verde, que se mostram como um diferencial estratégico.
“A adoção dessas certificações reflete o compromisso das usinas de cana-de-açúcar com a excelência operacional, segurança alimentar, responsabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável. Em um cenário global competitivo, elas não apenas abrem portas para novos mercados, como também contribuem para uma agricultura mais responsável e eficiente, alinhada com as demandas do século XXI”, aponta o diretor agroindustrial da São José, Kleber Albuquerque.
Com um grande complexo industrial altamente tecnológico voltado para a produção de açúcar, etanol e energia elétrica, a São José opera com foco em eficiência energética, sustentabilidade ambiental e automação de processos, respeitando o meio ambiente e buscando a maior eficiência dos processos agroindustriais.
Todas as operações da cadeia produtiva da cana são controladas e otimizadas em tempo real
Foto: Divulgação
AUTOMAÇÃO
Utilizando a tecnologia como principal aliada na otimização de cada etapa, a usina investe na automação como forma de ampliar a eficiência nos seus processos.
“Já vivemos a Indústria 4.0 em nossos processos, com aplicativos que utilizam IA ajudando na tomada de decisão e aumento da eficiência dos processos industriais de geração de vapor, energia elétrica e fabricação de açúcar. Nos importamos com o uso controlado da água, onde utilizamos circuitos fechados, não há desperdícios e redução significativa do consumo de água”, completa Kleber.
A jornada rumo à excelência adotada com foco na otimização da eficiência energética já tem possibilitado melhoras significativas nos resultados obtidos pela São José.
“Nós sempre estamos em busca de novos processos para melhorar a nossa eficiência energética. Na safra passada melhoramos a nossa fabricação de açúcar instalando um vácuo contínuo - processo que reduz a pressão dentro de um cristalizador - e outras melhorias que ampliam a eficiência energética com um consumo menor de bagaço de cana para a produção”, exemplifica Frederico Petribú, diretor presidente do Grupo Cavalcanti Petribu.
Nesse cenário, a revisão contínua de dados é vista como fundamental pela São José. Segundo Frederico, a etapa é realizada com o objetivo de encontrar novas possibilidades de ganho por meio da melhoria do balanço energético.
INTEGRAÇÃO
Para viabilizar o monitoramento constante, a São José adotou, desde a última safra, um Centro de Operações Integrado (COI) que une todas as pontas do processo.
O centro conta com tecnologia responsável por monitorar, controlar e otimizar, em tempo real, todas as operações da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, desde o plantio, colheita e transporte até o processamento industrial de geração de energia.
O objetivo é centralizar a tomada de decisões e permitir uma análise mais detalhada e eficiente dos dados obtidos nos constantes monitoramentos realizados. “Nosso COI reúne diversas tecnologias para fazer esse monitoramento enquanto realiza a conexão entre campo, transporte e indústria”, detalha o diretor presidente.
Segundo Frederico, a melhora da comunicação e da agilidade entre os processos são vistas como um benefício fundamental obtido após a integração das atividades. “Existe uma interação entre as áreas que agora não ficam mais isoladas, atuam todas dentro de um sistema integrado de gestão. Conseguimos ter um software de gestão que nos entrega os parâmetros que permitem as correções e a automação dos processos”, detalha Frederico.
A São José melhorou a fabricação de açúcar instalando um vácuo contínuo dentro de um cristalizado
Foto: Divulgação
Para tal, o COI reúne tecnologias como sensores, sistemas, rádios de comunicação, câmeras e ferramentas de análises de dados para acompanhar indicadores de desempenho, identificar falhas, reduzir desperdícios, aumentar a nossa produtividade e melhorar a sustentabilidade das operações.
SINCRONIA
O monitoramento em tempo real tem possibilitado um melhor acompanhamento e posterior análise dos resultados obtidos ao longo da safra. “Também temos software de monitoramento do processo produtivo que nos permite extrair o máximo de Açúcar Total Recuperável (ATR), indicador que aponta a quantidade total de açúcar que pode ser extraída de uma tonelada de cana-de-açúcar e convertida em produtos finais”, exemplifica.
No setor sucroenergético, o centro integrado é visto como fundamental para garantir sincronia entre campo e indústria, otimizando o aproveitamento da matéria-prima e reduzindo custos operacionais, o que proporciona um aumento da competitividade.
A maior reserva de Mata Atlântica da Mata Norte de Pernambuco integra a Usina São José
Foto: Divulgação
Com a unificação do local de trabalho, o aumento do nível de automação tem se tornado um foco constante de aprimoramento e que já apresenta uma série de benefícios.
“A automação visa uma maior precisão de acerto e de correção das falhas porque permite uma maior regularidade e uma consequente redução da oscilação existente no processo produtivo, o que costuma ser traduzido em um maior rendimento industrial com uma redução de custo e maior extração de açúcar”, detalha o diretor presidente.
Nesse cenário, a tecnologia permeia todas as áreas da São José e está presente desde a gestão da frota até o processo produtivo. “Utilizamos a tecnologia também para o sistema de gestão de frota, de manutenção, que é uma parte muito completa, e no processo produtivo. Para que isso seja possível nós estamos trabalhando com software de gestão com monitoramento em tempo real que permite um despacho automático em todo o processo industrial”, completa.
BIOINSUMOS
Para a gestão da usina, a adoção de tecnologias de ponta é um ponto essencial tanto para impulsionar a competitividade quanto para alavancar a sustentabilidade no setor sucroenergético, impulsionando a eficiência e a produtividade em todas as suas operações.
No campo, a revolução tecnológica proposta pela São José também tem se manifestado com o uso de bioinsumos. “Nós estamos investindo na redução de fertilizantes químicos e substituição por bioinsumos como fungos e bactérias, com o uso de biofertilizantes”, informa Frederico.
Essa abordagem não apenas contribui para a sustentabilidade, mas também para a produtividade, com uma busca constante por técnicas inovadoras. “Temos um trabalho muito forte no uso de compostos de base biológica para garantir a fertilidade. Também estamos implementando novas técnicas que possibilitem uma maior utilização da área, aumentando a parte mecanizada que pode reduzir o custo”, comenta o diretor presidente.
SUSTENTABILIDADE
Além do forte investimento na tecnologia, a sustentabilidade também é um foco da Usina São José. Consciente da sua responsabilidade ambiental, a empresa implantou, antes mesmo da existência de exigências legais dos órgãos de proteção, uma ampla política de preservação e recuperação da Mata Atlântica.
O trabalho permitiu que a São José passasse a contar com a maior reserva florestal preservada de Mata Atlântica da Zona da Mata Norte de Pernambuco: o Parque Ecológico São José, que está localizado no município de Igarassu.
A preocupação vai além e a São José Agroindustrial tem ampliado sua área de mata através de programas de reflorestamento que visam a recuperação de matas ciliares, por meio de práticas de voluntariado, mobilizando alunos, colaboradores e a sociedade civil.
Além de cooperar diretamente com a proteção e recuperação de nascentes e rios, a São José também conta com uma equipe própria de guardas ambientais que está capacitada para combater ações predatórias contra o Parque Ecológico São José e demais áreas de preservação e reflorestamento.
Atenta ao seu impacto ambiental, a Usina conta ainda com um programa de gestão de resíduos que monitora os resquícios da sua produção da origem ao destino final, obedecendo às legislações vigentes.
Fonte: Folha de Pernambuco