Seca na região Centro-Sul faz com que a irrigação nos canaviais deixe de ser apenas para salvamento
26-09-2022

A irrigação pode ser um trunfo para mitigar esses riscos e garantir maiores produtividades

Na região Centro-Sul, a irrigação era majoritariamente utilizada para “salvamento”. Pequenas lâminas (30mm a 60 mm) aplicadas em épocas críticas visando favorecer a rebrota da cana após o corte e, dessa forma, garantir o estabelecimento do canavial com boa população de plantas para o ciclo seguinte. “Todavia, com o aumento das crises hídricas, produtores e usinas da região passaram a perceber que a irrigação pode ser um trunfo para mitigar esses riscos e garantir maiores produtividades.”

Essa nova percepção tem ampliado o uso da irrigação ao longo das últimas safras. Porém, uma maior adoção ainda esbarra em certos entraves, como a falta de apoio do governo. “Não existe fomento governamental que incentive a prática. Pelo contrário, a irrigação ainda é vista com preconceito e não como um instrumento que pode melhorar a segurança do país na produção de alimentos, fibra e energia limpa”, observa Elia Neto.

O consultor ressalta que o código florestal brasileiro prevê que a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente (APP) para a criação de barragens somente será permitida em casos de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental. Abastecimento da população e produção de energia elétrica são os dois principais exemplos. “Nesses casos, é possível fazer a remoção de parte da vegetação, desde que com a devida compensação, para realização de barramentos. Já no caso da irrigação, tudo é mais complicado.”

Ele explica que as barragens para irrigação, desde que devidamente regulamentadas, não impactam na disponibilidade geral do recurso. Pelo contrário. Muitas vezes, essas estruturas irão regularizar o fluxo de água para as comunidades próximas. Lembrando que as barragens para irrigação armazenam, em última análise, águas de chuvas, que de outro modo fluiriam para o mar. “O licenciamento altamente burocrático e a dificuldade em obter outorgas acabam afastando possíveis adeptos do sistema, que através da verticalização da produção poderia estar contribuindo para uma maior produção sem que seja necessária a abertura de novas áreas.”

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