Seca prolongada de 2021 pode ocasionar explosões populacionais de broca na primavera e verão
13-09-2021

Os danos causados pela broca vão muito além da lavoura, chegando até mesmo a impactar a qualidade dos produtos finais (açúcar e etanol). Foto: Divulgação FMC
Os danos causados pela broca vão muito além da lavoura, chegando até mesmo a impactar a qualidade dos produtos finais (açúcar e etanol). Foto: Divulgação FMC

Aplicação de inseticida sistêmico, seletivo e com alto poder de controle é a chave para reduzir as infestações e frear os prejuízos. Altacor®, da FMC, alia as três características de forma extremamente sinérgica

Leonardo Ruiz

Os canaviais do Centro-Sul do Brasil sofrem com a falta de chuva. Essa severa estiagem teve início entre março e abril do ano passado, persistindo até novembro. Os meses de dezembro e janeiro até registraram chuvas mais regulares, mas a partir de março de 2021 a situação voltou a ficar bastante crítica.

Com a chegada de setembro e, consequentemente, da primavera, espera-se um retorno gradual da pluviosidade, que será vital para destravar a cana-de-açúcar, que precisa de umidade durante seu período de crescimento vegetativo para maior alongamento e formação de entrenós.

Mas quem também anseia pelo retorno das chuvas é a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), considerada como uma das principais pragas que afetam os canaviais. Embora possa ser encontrada durante todo o ano, os maiores níveis populacionais têm sido identificados durante a primeira e o verão, estações cujas condições climáticas são mais propícias ao seu desenvolvimento.

Especialistas na área alertam que a infestação de broca pode ser maior nesta temporada de primavera e verão. Explicam que após a ocorrência de fenômenos climáticos extremos (como uma seca severa e prolongada), alguns insetos pragas ocupam os nichos ecológicos mais rapidamente que seus inimigos naturais.

Por conta disso, é bom ficar alerta. Presente em praticamente todas as áreas onde se planta cana-de-açúcar no país, a broca pode acarretar severos prejuízos, seja à produtividade da cana ou à qualidade dos produtos finais. Pesquisas recentes revelam que a cada 1% de infestação, a produção de cana é reduzida em 1,21%, a de etanol em 0,27% e a de açúcar, em 0,38%.

As galerias longitudinais abertas pela broca causam redução do peso e da qualidade dos colmos, implicando na diminuição do teor de açúcar

Foto: Divulgação FMC

Diante de tamanho poder destrutivo, o segmento já se prepara para dar início ao processo de controle, que permite reduzir os níveis de infestação a níveis aceitáveis e, consequentemente, frear os prejuízos.

Importantes ferramentas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), os produtos biológicos (Cotesia flavipes e Trichogramma galloi) e as variedades geneticamente modificadas têm se mostrado eficientes na supressão das infestações de broca. Porém, isoladas não entregarão taxas de controle razoáveis. Por conta disso, é vital o uso dos inseticidas químicos.

Mas é preciso atenção na hora da escolha do produto. É essencial optar por um inseticida seletivo, de alto poder inseticida e que seja sistêmico, ou seja, com capacidade de se movimentar dentro da planta.

Principal inseticida do mundo e o segundo defensivo agrícola mais vendido do planeta – depois do glifosato -, o Clorantraniliprole (ingrediente ativo do Altacor®), da FMC, é considerado como o produto ideal para o manejo da broca. Além de possuir as três características citadas anteriormente, ele ainda entrega longo residual, flexibilidade de uso - podendo ser aplicado via foliar, no sulco de plantio ou até mesmo diretamente sobre as Mudas Pré-Brotadas (MPBs) – e alta segurança, seja para os aplicadores, os consumidores de produtos agrícolas ou para o meio ambiente.

Altamente sistêmico, Altacor® “protege” a cana contra os ataques da broca

A sistemicidade desponta como um fator decisivo no processo de escolha de um inseticida para o controle da broca. O gerente técnico de inseticidas para América Latina da FMC, Fábio Andrade Silva, explica que o atributo – presente no Altacor® - permite que a molécula suba pela planta após ser aplicado no sulco de plantio ou via foliar. Translocação essa que é constante, ou seja, conforme a cana vai crescendo, vai “arrastando” o produto junto de si. “Levando em consideração que é nas partes mais novas da cana que a broquinha jovem faz seu orifício de entrada, a presença da sistemicidade no inseticida se torna ainda mais relevante”, completa.

Ao ser tratada com Altacor®, no sulco de plantio, a cana permanece por, no mínimo, 120 dias “blindada” contra o ataque da broca. O motivo é a sistemicidade presente no inseticida da FMC

Foto: Divulgação FMC

Segundo Silva, a grande maioria dos produtos para a broca disponíveis no mercado não possuem tal característica. O que alguns possuem é o chamado efeito ‘translaminar’. “Neste caso, o ativo passa da parte de fora da planta para o meio dela. Mas não há translocação via vasos vasculares, o que é mais importante, pois é esse processo que fará com que o produto continue ativo dentro da planta por mais tempo, garantindo assim um longo período de controle.”

Para Fábio Andrade Silva, é difícil encontrar num mercado um inseticida para broca tão eficiente quanto o Altacor®

Foto: Divulgação FMC

Esse longo residual, aliás, é outra característica que diferencia o produto da FMC das outras diamidas e fisiológicos presentes no mercado. O gerente técnico de inseticidas explica que a molécula do Altacor®, uma vez dentro da planta, alcança alta estabilidade.

Por conta disso, enquanto outros inseticidas vão perdendo gradativamente o nível de controle, por não haver mobilidade na planta, o Altacor® permanece em operação por até, no mínimo, 120 dias. “No entanto, já tivemos áreas que a proteção perdurou até 200 dias. No caso da aplicação foliar, o residual mínimo é de 45 dias.” Porém, o profissional ressalta que a aplicação de Altacor® é apenas recomendada nos períodos úmidos. Caso seja utilizado durante a seca, a translocação do ativo apenas ocorrerá quando a umidade for restabelecida.

Inseticida deve auxiliar no manejo da broca, mas sem afetar as populações de inimigos naturais e insetos benéficos

Foto: Arquivo CanaOnline

Além de sistêmico e de longo residual, o Altacor®  se destaca pela sua alta seletividade, não somente aos agentes de controle biológico (Cotesia flavipes e a Trichogramma galloi), mas também aos insetos benéficos presentes nas áreas, como as joaninhas, tesourinhas, formigas carnívoras e algumas moscas, que auxiliam fortemente no manejo da broca. O produto possui, ainda, alto poder inseticida, pois além de controlar com eficiência a broca-da-cana, auxilia no manejo da broca-gigante, de cupins e até mesmo do Sphenophorus levis, outra praga que vem dizimando os canaviais.

Centro de inovação da FMC segue pesquisando novas possibilidades de uso para o Altacor®

Embora seja bastante conhecida do setor, a molécula presente no Altacor® (Clorantraniliprole) ainda é alvo de constantes pesquisas conduzidas no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da FMC, localizado em Paulínia/SP. O local atua na descoberta de novos princípios ativos e dá suporte tecnológico para os produtos existentes. 

Christian Menegatti explica que o Altacor® também auxilia no manejo do Sphenophorus levis e de outras importantes pragas de solo

Foto: Divulgação FMC

No caso do Altacor®, o gerente de marketing cana Brasil da FMC, Christian Menegatti, explica que, na época de seu lançamento, o produto era recomendado apenas para aplicação via foliar. Ao longo de seu desenvolvimento, foram visualizadas novas modalidades de uso, como aplicação no sulco de plantio e em Mudas Pré-Brotadas (MPBs). E testes provaram a eficácia do produto para diminuição da incidência de outras pragas, como o Sphenophorus levis, fato que ampliou ainda mais seu leque de vantagens. “O Clorantraniliprole segue sendo pesquisado por nosso time para que novos usos possam ser descobertos, visando auxiliar ainda mais o setor no combate à broca e outras pragas da cana.”

Fonte: CanaOnline