Secas dos últimos anos aceleram expansão da irrigação em áreas canavieiras
29-11-2022
Mas a muito a acrescer, pois a área cultivada com cana no Brasil, na safra 2022/23, está estimada em 8,1 milhões de hectares, já a irrigada corresponde a menos de 10% desse montante, aproximadamente 750 mil hectares.
A Bevap Bioenergia, localizada no noroeste de Minas Gerais, mais especificamente no município de João Pinheiro, apresenta o maior projeto de irrigação do setor sucroenergético. A companhia se diferencia por apostar na irrigação plena de seus canaviais, na contramão das demais usinas do Centro-Sul, que majoritariamente utilizam a prática para fins de salvamento. Somando áreas próprias e de fornecedores, são mais de 30 mil hectares irrigados, divididos entre pivô central, pivô linear, pivô rebocável, carretel irrigador (HidroRoll) e gotejamento.
Dentre essas modalidades, a que mais se destaca é o gotejamento. Com cerca de 1,5 mil hectares implantados apenas em área própria, a tecnologia vem entregando maior produtividade na comparação com os demais sistemas. Nesta safra, os canaviais irrigados por gotejo atingiram médias de 126 TCH, contra 104 TCH dos pivôs centrais, 102 TCH dos pivôs lineares, 88 TCH dos pivôs rebocáveis e 86 TCH dos carreteis.
O exemplo da Bevap na área de irrigação ainda é raridade no setor. A área cultivada com cana-de-açúcar no Brasil, na safra 2022/23, está estimada em 8,1 milhões de hectares, segundo dados da Conab. A área irrigada, por outro lado, corresponde a menos de 10% desse montante, aproximadamente 750 mil hectares. Desconhecimento sobre a tecnologia, priorização de outros investimentos e receio dos custos de implantação estão entre os principais motivos dessa baixa adesão.
De acordo com o diretor comercial da Netafim, Elon Svicero, a irrigação por gotejamento em áreas de cana-de-açúcar registrou recentemente uma forte guinada, fruto das condições climáticas extremamente desfavoráveis dos últimos anos. “Esse cenário levou muitas empresas a enxergarem a irrigação como uma ferramenta de estabilidade e incremento na produção, funcionando quase como um seguro contra a seca. Porém, a adoção ainda segue muito aquém do ideal.”
Na visão dele, exemplos como o da Bevap são poucos. “É verdade que as condições climáticas locais são diferentes das encontradas na maioria das regiões do Centro-Sul. Sem irrigação, a usina não produziria. No entanto, mesmo aquelas unidades agroindustriais e agrícolas que se encontram em localidades onde o déficit hídrico não é tão acentuado podem se beneficiar da irrigação, principalmente do gotejo.”
Para Svicero, a irrigação em cana-de-açúcar é um caminho sem volta, e as usinas que ainda não adotam a prática precisam começar a se movimentar para que possam permanecer competitivas no mercado. “É fato que o investimento vale a pena. Mas é interessante frisar que, quando falamos de irrigação, falamos de um sistema de produção irrigado, que difere de um manejo de sequeiro. Dessa forma, é importante que as usinas insiram a irrigação no plano diretor e comecem a implantar a tecnologia de forma gradual, começando com pequenas áreas a fim de conhecer a fundo o sistema e se preparar melhor para futuras expansões.”
Svicero salienta que a Netafim pode auxiliar aqueles que desejam implantar os primeiros hectares ou expandir sua área gotejada. “Através da mais alta tecnologia aliada a uma equipe de especialistas, garantimos o sucesso dos projetos e uma rápida transferência de know how para nossos clientes.”
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