Setor de amendoim projeta expansão da produção de farelo com demanda chinesa
14-05-2025

Colheita de amendoim em Nova Ubiratã (MT). Indústria está otimista com abertura do mercado chinês para o farelo do grão — Foto: Ruy Baron
Colheita de amendoim em Nova Ubiratã (MT). Indústria está otimista com abertura do mercado chinês para o farelo do grão — Foto: Ruy Baron

Abertura do mercado vem em um momento de expansão na safra do grão

Por Rafael Walendorff — Brasília

A Associação dos Produtores, Beneficiadores, Exportadores e Industrializadores de Amendoim do Brasil (Abex-BR) afirmou, em nota, que a abertura do mercado chinês para farelo de amendoim brasileiro abre uma "grande oportunidade" para o setor nacional, especialmente para as indústrias esmagadoras. A expectativa é que o movimento alavanque a produção no país.

Atualmente, o volume de exportação de farelo de amendoim pelo Brasil é reduzido. A estimativa é que foram produzidas apenas 144 mil toneladas de farelo em 2023. "Considerando o volume médio anual de amendoim esmagado, em torno de 331 mil toneladas, o potencial de produção é de aproximadamente 200 mil toneladas de farelo, voltadas tanto ao mercado interno quanto externo", disse a Abex-BR, em nota.

"Com o acesso ao mercado chinês, um dos mais exigentes e demandantes do mundo, abre-se uma perspectiva concreta de valorização desse coproduto e de fortalecimento da competitividade da cadeia produtiva brasileira do amendoim", completou.

O protocolo de requisitos sanitários e fitossanitários assinado entre Brasil e China diz que o farelo de amendoim não deve conter pragas quarentenárias de preocupação para os chineses (Solenopsis invicta e Callosobruchus analis), além de outras pragas quarentenárias, solo, penas de aves, excrementos ou carcaças de animais, sementes de plantas daninhas e outros resíduos vegetais, substâncias tóxicas e perigosas e ingredientes geneticamente modificados sem aprovação oficial da China.

As regras também valem para o milho que servir de matéria-prima para o DDG que poderá ser exportado para a China. Os grãos que servirão de matéria-prime devem ser provenientes de estabelecimentos agrícolas que implementem práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Além disso, o Ministério da Agricultura deverá assegurar que as empresas envolvidas na produção, processamento e armazenamento de DDG e de farelo de amendoim destinados à exportação para a China estejam em "conformidade com os requisitos de quarentena vegetal chineses". A Pasta também recomendará previamente às autoridades chinesas os estabelecimentos que atendam a esses requisitos.

As recomendações devem conter o nome do estabelecimento, número de registro, endereço. A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) realizará auditorias. A lista de estabelecimentos registrados para exportar para o país asiático será publicada no site da GACC e atualizada constantemente.

O acordo firmado com os chineses prevê ainda que, antes da exportação do DDG e do farelo de amendoim, o ministério deverá realizar a quarentena e inspeção dos produtos. Os itens aprovados deverão ser acompanhados de Certificado Fitossanitário oficial. A GACC notificará o governo brasileiro sobre eventuais violações de regas e poderá suspender estabelecimentos processadores ou suspender a exportação desses produtos até que as irregularidades sejam corrigidas.

Fonte: Globo Rural