Tecnologia e capacitação definem competitividade no campo, diz presidente do GMEC
28-11-2025

No IX Seminário GMEC, Wilson Agapito alerta que falta de atualização técnica reduz desempenho, eleva custos e deixa usinas para trás

Por Andréia Vital

O IX Seminário GMEC 2025, realizado nesta terça-feira em Ribeirão Preto - SP, reuniu profissionais de mecanização do setor sucroenergético para discutir tendências, desafios operacionais e novas tecnologias. O encontro, organizado pelo Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético (GMEC), reúne usinas e fabricantes e tem como marca a troca prática de experiências.

O presidente do GMEC e gerente corporativo agrícola da Usina Santa Isabel, Wilson Agapito, afirmou que a atualização tecnológica deixou de ser diferencial e passou a ser condição básica de competitividade. “Se você não busca tecnologia e não acompanha o que o mercado está praticando, começa a ficar para trás”, disse. Segundo ele, o atraso se traduz rapidamente em baixo rendimento operacional, menor disponibilidade de máquinas e maior perda financeira.

Setor enfrenta falta de mão de obra e desinteresse dos mais jovens

Agapito destacou que a participação em eventos como o seminário é crucial diante da crescente exigência do mercado. Para ele, há uma lacuna geracional preocupante: “Os mais velhos estão presentes, mas os mais novos não estão participando. Eles perdem uma oportunidade de ouro. É formação, é crescimento e resultado para as empresas”.

A programação do seminário incluiu apresentações de usinas e fornecedores sobre desempenho operacional, manutenção e inovações. Um tema recorrente foi o custo dos pneus, apontado como item negligenciado, mas capaz de consumir volumes relevantes de recursos se mal gerido. Diante da demanda, o GMEC já articula para 2026 um evento técnico específico sobre o tema.

Outro ponto de destaque foi a colheita em duas linhas, vista por Agapito como uma oportunidade estratégica. “O cavalo selado só passa uma vez, quem não entrar agora perde. Não é esperar a usina se adequar; é adotar a tecnologia e depois ajustar o parque industrial”, afirmou.

Santa Isabel deve encerrar safra com produtividade acima de 80 t/ha

Sobre o desempenho da Usina Santa Isabel na temporada atual, Agapito informou que as três unidades do grupo devem encerrar a safra entre o fim de semana e o início da próxima semana, antes do auge das chuvas. A região foi beneficiada por boas precipitações, o que sustentou a produtividade.

“Não tivemos quebra. Nosso ATR está muito bom. O que pesa hoje é o preço de mercado”, afirmou. Mesmo com a pressão sobre as margens, ele destacou que usinas com boa gestão conseguem resistir melhor a períodos adversos. “Quem faz o dever de casa está lastreado para enfrentar crises”.

Os números finais ainda serão consolidados, mas o executivo antecipou que a produtividade média geral deve superar 80 toneladas por hectare, com unidades chegando a 90 t/ha.

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