Tecnologia permite o replantio de falhas em canaviais com alta qualidade e redução na mão de obra
13-04-2021
Implemento da AGRIMEC é único no mercado, constrói as cabeceiras, auxilia nas falhas de plantio e faz correções nas falhas provocadas na colheita.
Leonardo Ruiz
Encontrar falhas nas linhas de cana-de-açúcar é um mau sinal para produtores e usinas. Em grandes quantidades, elas podem derrubar a produtividade e a longevidade dos canaviais, levando consigo a lucratividade do negócio. Seu surgimento pode ocorrer por diversos fatores, como efeitos climáticos adversos e presença de pragas, doenças e plantas daninhas. No entanto, a má gestão nas operações mecanizadas de plantio e colheita são, de longe, as principais responsáveis.
Devido à falta de mão de obra especializada - e ao excesso de processos trabalhistas movidos por trabalhadores rurais -, o setor tem nos últimos anos ampliado o uso das plantadoras automatizadas. Estima-se que 65% da cana plantada na região Centro-Sul seja feita com máquinas. No entanto, é correto afirmar que o segmento tem enfrentado dificuldades em “dominar” a técnica.
Comparação entre área “falhada” vs área em que foi realizado o replantio
Foto: Júlio Campanhão
Algumas usinas já evoluíram nesse quesito e realizam plantios fantásticos, em que praticamente não há diferença entre a operação manual e a mecanizada, mas isso está longe de ser regra. Alto consumo de mudas e elevada ocorrência de falhas estão entre as principais reclamações dos profissionais.
Além disso, em áreas menores, as plantadoras enfrentam dificuldades em plantar nas cabeceiras, em função da falta de espaço para manobras. Fato que pode acarretar grandes prejuízos ao balanço final da empresa, pois deixar de plantar nesses locais pode diminuir a produção do canavial como um todo em até 5%.
Já a ocorrência de falhas pós-colheita ocorre pelo arranquio das soqueiras durante a operação, pela condução ineficiente dos operadores ou em função do mau estado do canavial, principalmente em períodos muito úmidos.
Seja qual for o motivo, o replantio surge como a alternativa ideal para minimizar os prejuízos ocasionados pelas falhas. De todas as tecnologias atualmente disponíveis, ele é o que mais proporciona efeito residual, garantindo ganhos em TCH nos cortes seguintes entre 10 t/ha e 16 t/ha. Um replantio bem-feito também conseguirá postergar a reforma de um canavial, ajudando ainda mais o bolso do produtor e o caixa das usinas, uma vez que a operação de plantio está entre os processos mais caros do sistema de produção de cana-de-açúcar.
Replantio é a tecnologia que mais proporciona efeito residual, garantindo ganhos em TCH nos cortes seguintes entre 10 t/ha e 16 t/ha
Foto: Arquivo CanaOnline
Preocupada em ajudar o setor a superar seus problemas com falhas, a AGRIMEC - uma das principais empresas de implementos agrícolas do Brasil – lançou no mercado canavieiro a Replantadora de Mudas “MOTUCA”, utilizada para sulcar, de forma rotativa, nos locais de falhas da brotação da cana por ocasião do plantio ou por má condução na colheita, e também nas cabeceiras e bordaduras dos canaviais.
Tecnologia de replantio resolve um problema que derruba o lucro do produtor
Antes da chegada da “MOTUCA” ao mercado nacional, produtores e usinas de cana-de-açúcar faziam suas operações de replantio na base do “enxadão”. Porém, a ferramenta passa longe de ser eficiente. Ela simplesmente abre uma cova para a alocação dos toletes, que serão plantados em meio a torrões. A alta necessidade de mão de obra também é um problema, já que são necessários vários trabalhadores no campo para que haja um mínimo de rendimento.
Única no mercado, replantadora da AGRIMEC revolve o solo, deixando-o pronto para o replantio, que será feito manualmente, mas numa terra fofa e livre de torrões
Foto: Divulgação AGRIMEC
“Por conta disso, nosso implemento é tão inovador. Rotativo, ele baixa no chão, revolve o solo, deixando-o pronto para o replantio, que será feito manualmente, mas numa terra fofa e livre de torrões. Sem falar na otimização da mão de obra. Com apenas um ou dois colaboradores, você triplica o serviço e garante uma qualidade muito superior”, ressalta o representante comercial da AGRIMEC para SP e MG, José Altair Costa Faria.
O profissional destacou também a possibilidade de executar um plantio contínuo nas cabeceiras ou muda por muda nas falhas com encanteirador rotativo com terra fofa. “Devido à falta de mão de obra, muitas usinas e produtores não retornam as áreas para plantar manualmente as cabeceiras, que foram ‘deixadas de lado’ pelas plantadoras. Com a MOTUCA, esse processo se torna, não apenas viável, mas extremamente benéfico, pois apenas ali será possível obter ganhos em produtividade agrícola na ordem de 5%.”
Esses, aliás, foram os motivos que levaram o produtor Wellington Neves a adquirir a replantadora “MOTUCA”. Proprietário de 60 hectares de canaviais no município paulista de Tabatinga, ele conta que o plantio tem ficado extremamente oneroso nos últimos anos. Dessa forma, quanto mais um produtor conseguir espaçar essas operações - desde que mantendo uma boa produtividade das áreas – mais rentável será seu negócio. “O plantio já é uma operação bastante cara. Se ficar falhado, terei que carregar essas áreas ruins por, no mínimo, cinco anos. Diante disso, comecei a pesquisar soluções para meu problema até que encontrei a replantadora da AGRIMEC.”
Neves conta que testou o implemento em uma área de nono corte. O resultado, segundo ele, foi altamente satisfatório. “Para mim, o grande benefício desse equipamento é a redução na mão de obra. Agora, é muito mais rápido fazer o replantio após a identificação das falhas. O mesmo operador pode entrar com o trator, abrir as valetas com a ‘MOTUCA’ e depois voltar com a carreta carregada de toletes.”
Para o replantio com MPBs, a “MOTUCA” abre a cova e deixa a terra no lugar, hortada e livre de torrões. Posteriormente, o colaborador terá apenas que colocar a muda manualmente no solo
Foto: Divulgação AGRIMEC
O produtor afirmou, ainda, que a qualidade da operação também se mostrou substancialmente melhor, pois a replantadora abre a cova na profundidade adequada, sendo possível alocar as mudas em um solo já preparado e sem movimentar muita terra no entorno.
Após esse teste bem-sucedido, Neves passou também a replantar falhas de pós-plantio. “Em 2019 renovei praticamente metade da minha propriedade. As falhas foram inevitáveis, principalmente nos finais de rua, onde há pouco espaço para manobras com a plantadora. Além de replantar, a ‘MOTUCA’ serviu para dar ‘acabamento’ no meu plantio.”
Inovadora, replantadora “MOTUCA” pode ser utilizada para replantio com toletes ou MPBs
Lançada há poucos anos, a Replantadora de mudas “MOTUCA” já pode ser encontrada em diversas usinas do Centro-Sul do país. O representante comercial da AGRIMEC explica que o implemento pode ser utilizado em duas situações: replantio de falhas e correções pós-colheita. Em ambos os casos, é possível utilizar toletes convencionais ou Mudas Pré-Brotadas (MPBs).
Para o replantio com toletes, a “MOTUCA” vai com um dispositivo acoplado que abre a cova e joga a terra para trás cobrindo-a com terra fofa
Foto: Divulgação AGRIMEC
“No caso das MPBs, o equipamento abre a cova e deixa a terra no lugar, hortada e livre de torrões. Posteriormente, o colaborador terá apenas que colocar a MPB manualmente no solo. Já para o replantio com toletes, o implemento vai com um dispositivo acoplado que abre a cova e joga a terra para trás. A cana é colocada nesse canal, que depois terá que ser coberto manualmente com terra fofa”, observa José Altair.
De acordo com ele, a “MOTUCA” pode ser utilizada por produtores de pequenos ou grandes porte.
Fonte: CanaOnline

