Tem início um robusto experimento prático visando o aprimoramento do plantio mecanizado de cana
31-03-2020
Ao longo dos próximos três anos, a DMB e a AgroQuatro-S Experimentação Agronômica Aplicada a avaliarão inovações tecnológicas para elevar a qualidade do plantio mecanizado
Aproximadamente 65% da cana plantada na região Centro-Sul acontece por meio do plantio mecanizado de cana em tolete. O engenheiro agrônomo Dib Nunes Jr, Presidente do Grupo IDEA, explica que essa prática surgiu porque as empresas não tinham mão de obra especializada, além disso, com o plantio manual ocorriam muitos problemas trabalhistas e o custo ficou proibitivo. “Ainda hoje, o custo do plantio mecanizado é menor em torno de 20% a 25% em relação ao antigo plantio manual esparramado”, observa.
Mas as críticas ao plantio mecanizado são muitas, principalmente o grande volume de mudas que utiliza, em média 20 toneladas de cana por hectare, enquanto que no plantio manual a média é de 10 toneladas. A grande quantidade de toletes de cana despejada no sulco é para garantir que não haja falhas no canavial, porém, quanto maior a quantidade de mudas utilizadas, maior o custo da operação, já que a matéria-prima que iria para a indústria é enterrada no solo. Além de requerer maior estrutura logística para realizar a operação: colheita das mudas, carregamento, transporte.
Em busca de qualidade do plantio e redução de custo, vários produtores e unidades sucroenergéticas deixaram o plantio mecanizado de lado e retornaram ao plantio manual. No entanto, essa medida não é viável aos grandes grupos sucroenergéticos que plantam milhares de hectares de cana todos os anos. Além disso, para muitos, é um contrassenso: enquanto as máquinas dominam o campo, a lavoura canavieira retrocede para o trabalho manual.
Para ter um plantio mecanizado de qualidade é preciso realizar os protocolos agronômicos
Na visão de Dib as plantadoras de cana evoluíram muito. “Como no caso da plantadora da DMB que tem kits de acabamento, sulcação, destorroamento, cobrimento, subsolagem, aplica inseticida, adubo, calcário. É multifuncional, ao fazer todas essas operações reduz muito o custo do plantio”, observa.
Para ele, o que o setor precisa é melhorar a qualidade do plantio mecanizado. “Tenho visitado áreas plantadas com máquina que apresentam altíssima qualidade, isso porque seus gestores não visam rendimento, mas qualidade do plantio. Tudo começa pela colheita da muda, é preciso calma, ir com baixa velocidade, trocar com mais frequência os elementos cortantes da colhedora. Quem pensa apenas em rendimento na colheita de mudas, não tem esses cuidados. Para fazer bem-feito é preciso observar a operação, começou a estragar os toletes, a danificar as gemas, para imediatamente, não adianta continuar colhendo e depois despejar toneladas de mudas machucadas no sulco, não vai brotar, vai ter falhas”, alerta Dib.
Os cuidados continuam na operação de plantio, observa Dib. “Muitos reclamam do plantio mecanizado, mas buscam mais rendimento do que qualidade. É preciso fazer devagar, é uma operação delicada. E para ter bom resultado depende das pessoas, é preciso treinar a equipe, conscientizar, envolver os profissionais.”
O pesquisador e produtor Sérgio Quassi de Castro em canavial formado por plantio mecanizado
O engenheiro agrônomo Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas, constata que: o plantio mecanizado de cana-de-açúcar, realizado de maneira eficiente, tem proporcionado resultados bastante positivos para produtores e unidades sucroenergéticas. “Algumas usinas estão utilizando quantidade de mudas similar à que é usada no plantio manual. Existe caso de consumo de apenas 10 toneladas de mudas por hectare, plantadas com a máquina automatizada.”
EXPERIMENTO PARA MELHORAR A QUALIDADE DO PLANTIO MECANIZADO DE CANA
Mas a DMB, que é líder no mercado de plantadoras de cana, quer oferecer uma tecnologia ainda mais qualificada ao setor sucroenergético, para isso, fechou uma parceria com AgroQuatro-S Experimentação Agronômica Aplicada para a realização de um robusto experimento, com duração de três anos, para avaliar inovações tecnológicas que contribuirão para um plantio mecanizado que vai ao encontro das expectativas do setor.
Na AgroQuatro-S: canavial formado por plantio mecanizado de cana de 12 meses com estande uniforme, sem falhas e alta produtividade
A parceria da DMB com a AgroQuatro-S, localizada em Sales de Oliveira, SP, se deu não só por ser uma consultoria de experimentação agronômica que conta com pesquisadores sérios, mas também por ser uma fazenda onde seus proprietários precisam de retorno. “As tecnologias e práticas que testamos aqui, não são apenas estudos. Somos produtores, nossa área com cana é de 1100 hectares, dois quais 95% são arrendados. O valor do arrendamento na região de Ribeirão Preto é alto, então precisamos de soluções que nos permitam reduzir custos, aumentado a produtividade e a longevidade dos canaviais por muitos cortes”, conta, disse Sérgio Quassi de Castro, pesquisador e um dos proprietários da AgroQuatro-S.
A qualidade do canavial formado com plantio mecanizado faz sucesso durante dia de campo na AgroQuatro-S
Na AgroQuatro-S é possível encontrar canavial formado por plantio mecanizado de cana de 12 meses com estande uniforme, sem falhas e alta produtividade. “Resultado da aplicação dos protocolos agronômicos, tais como: bom manejo de solo, adoção da rotação de cultura, sulcação profunda, qualidade de distribuição das gemas e manejo nutricional perfeito. Permitindo que o canavial cresça com bom desenvolvimento do internódio, sem haver acarretamento, e consequentemente ganhos de produtividade. Para produzir melhor, não ficamos apenas nas críticas, buscamos soluções. É o que faremos por meio dessa parceria com a DMB”, ressalta Sérgio Castro.
VEJA VÍDEO SOBRE INÍCIO DO EXPERIMENTO:
https://www.facebook.com/canaonline.com.br/videos/3057106640990535/
Fonte: CanaOnline