Trem movido a etanol é testado no Brasil; entenda 
							03-11-2025
					
					
										
						A partir de 2028, trens de carga e passageiros da Vale em Minas Gerais e no Espírito Santo devem começar a usar a tecnologia "dual-field"
Por Luciano Dias
Uma nova e inédita tecnologia está sendo testada no Brasil: o trem movido a etanol, um combustível menos poluente e mais sustentável. Os testes para a substituição do diesel por etanol nas locomotivas estão em pleno andamento, com o objetivo de reduzir as emissões de gases poluentes no setor ferroviário.
A partir de 2028, a mudança deve se tornar realidade nos trens operados pela Vale, que transportam a produção de minérios de Minas Gerais até o porto no Espírito Santo, e também em trens de passageiros.
A tecnologia é considerada inédita no setor ferroviário mundial. A fase inicial dos testes é realizada em laboratórios nos Estados Unidos, Áustria e Brasil. Os estudos atuais indicam que, inicialmente, até 50% do diesel pode ser substituído por etanol. A meta final é chegar a um motor totalmente movido a etanol.
Adaptações e Vantagens da Tecnologia
Para viabilizar o uso do etanol, serão necessárias adaptações na locomotiva, que passará a operar com um motor flex, ou dual-field (campo duplo), que aceita combustíveis alternativos e biocombustíveis.
Daniela Ornelas, vice-presidente de Produto da Wabtec, explica que as adaptações incluem:
- Modificações no sistema de injeção do motor.
 - Possíveis adaptações no tanque de combustível, que atualmente é projetado para 100% diesel e terá que acomodar o etanol.
 - Além de representar um avanço na busca por soluções energéticas mais limpas, a substituição do combustível não compromete o desempenho dos trens.
 
João Turchetti, diretor de Engenharia de Descarbonização da Vale, destaca a lógica por trás da escolha do etanol. Se o biocombustível já é utilizado na gasolina, a expansão para o diesel ferroviário é o próximo passo. O Brasil tem etanol em abundância nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, o que facilita o início da implementação por essas regiões. A empresa, no entanto, está aberta a estudar oportunidades para o uso do etanol em outras ferrovias que possui.
Fonte: Band

