UFSCar busca cana com maior teor de açúcar e resistência à seca
10-02-2016

O laboratório está na fase de escolher a variedade (ou as variedades) que se tornará transgênica

“O laboratório de biotecnologia da UFSCar está na fase inicial de um trabalho com cana transgênica”, afirma a pesquisadora Monalisa Sampaio. Mas antes de chegar ao objetivo, há um longo caminho a se percorrer, como partes de otimização de processo. Atualmente, o laboratório está em uma fase fundamental: escolher a variedade (ou as variedades) que se tornará transgênica. “Dentro do nosso laboratório, utilizando as quatro variedades que a UFSCar lançou no ano passado, estamos tentando identificar qual melhor responde à condição in vitro, já que cada material tem uma resposta diferente.”

O alvo perseguido pela equipe liderada por Monalisa é atingir canas transgênicas com resistência à seca e com elevado teor de açúcar. O problema é que esses dois objetivos estabelecidos pela UFSCar são mais complexos de se atingir. “Leva mais tempo para se atingir esses dois alvos, mais do que quando o alvo é a resistência ao ataque de determinado inseto, por exemplo, que são poucos genes.”

No entanto, segundo ela, quando se trata de tolerância à seca e aumento do teor de açúcar na cana-de-açúcar, são vários genes envolvidos no processo. “Como é um metabolismo mais complexo, demora-se mais para se chegar ao resultado.” É necessário identificar qual gene que, de fato, é responsável na variedade pelos processos de acúmulo de açúcar, por exemplo. “Mas não é fácil determinar qual gene modificar.”

Monalisa entende que desenvolver uma cana transgênica tolerante ao ataque de um inseto é relevante para o setor sucroenergético. Mas é preciso fazer as contas. “Para a RIDESA, chegar a uma cana transgênica que oferece maior quantidade de açúcar ou resistência à seca parece ser mais atraente para o setor do ponto de vista do retorno que se terá.”

E em quanto tempo a RIDESA vai chegar à cana transgênica? Essa é uma pergunta que Monalisa está cansada de ouvir, mas ainda não tem resposta. “Fazer transgênico é igual um funil: começamos com milhares de materiais e ao longo do processo de seleção no laboratório chegamos a cerca de quatro indivíduos que potencialmente podem ser a cana que procuro. Mas esse processo seguramente pode demorar de 10 a 15 anos”, pontua.


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