UNICA: nota de esclarecimento
14-10-2025

Diante das dúvidas que surgiram recentemente sobre as diferenças entre o etanol combustível, o etanol utilizado em bebidas e o metanol, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) reforça que o uso incorreto e fora dos padrões específicos de produção e certificações legais representa sério risco à saúde e ao meio ambiente.

Etanol combustível

O etanol combustível, conhecido como etanol etílico hidratado ou anidro, é um biocombustível renovável produzido a partir da cana-de-açúcar e, mais recentemente, também do milho. O Brasil é reconhecido internacionalmente como líder em sua produção, sendo referência mundial em energia limpa e sustentável.

Esse etanol desempenha papel central na matriz energética brasileira, ajudando a reduzir emissões de gases de efeito estufa e a diminuir a dependência de combustíveis fósseis. Está presente no abastecimento de veículos flex e na mistura obrigatória à gasolina, sob regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Embora seja etanol, o combustível não passa pelos processos de purificação necessários para consumo humano e pode conter impurezas e aditivos. Por isso, é impróprio e perigoso para ingestão.

Etanol para bebidas

O álcool etílico destinado ao consumo humano é produzido em linhas industriais específicas e passa por rigorosos processos de purificação até se tornar etanol neutro, empregado na fabricação de destilados como vodka e whisky. A cachaça, por sua vez, é obtida diretamente da fermentação e destilação do caldo de cana-de-açúcar e o consumo dessas bebidas é seguro dentro dos limites legais estabelecidos.

Metanol

O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância altamente tóxica. Sua produção ocorre majoritariamente a partir de gás natural (rotas fósseis), mas também pode ser viabilizada por fontes renováveis, como biomassa — a exemplo de madeira e resíduos agrícolas — ou pela captura de CO₂ combinada ao uso de hidrogênio verde. No Brasil, seu uso é predominantemente industrial, em tintas, solventes, plásticos e processos químicos, sendo também uma matéria-prima chave na fabricação de biodiesel, onde reage na transesterificação de óleos e gorduras para formar ésteres metílicos (FAME) e glicerina. A ingestão de metanol, mesmo em pequenas quantidades, pode causar lesões graves, como cegueira irreversível, e até levar à morte. Seu uso não é permitido na produção de bebidas e tampouco é regulamentado pela ANP como combustível veicular no país.

Importante: o setor sucroenergético brasileiro não produz metanol. Toda a produção do setor é voltada para o etanol combustível e o etanol de uso industrial e alimentício, derivados da cana-de-açúcar e também do milho, obtidos por processos controlados e certificados que seguem rigorosos padrões de qualidade e segurança.

Por que é importante esclarecer

O etanol combustível é um orgulho nacional: renovável, limpo e produzido em processos que seguem rigorosos padrões de qualidade e segurança. Ele não deve ser confundido com o etanol neutro (próprio para bebidas) ou com o metanol (substância tóxica e restrita ao uso industrial).

É essencial que a população saiba diferenciar esses produtos e entenda que apenas o etanol produzido e purificado para fins alimentícios pode ser ingerido. A ingestão de etanol combustível ou de metanol representa grave risco à saúde.

Para informações oficiais e orientações à população sobre intoxicações e riscos, recomenda-se acompanhar os comunicados do Ministério da Saúde e dos órgãos de vigilância sanitária.

 

Fonte: UNICA