Usina São João utiliza apenas controle biológico para manejo da broca-da-cana
29-10-2020
Na USJ o índice de intensidade de infestação na safra atual é de 3,4% e a liberação da Cotesia flavipes nos canaviais passou a ser por drones
Leonardo Ruiz
Com o retorno das chuvas ao Centro-Sul do país, produtores e usinas se encontram em alerta máximo em função do risco iminente de altas infestações de broca-da-cana (Diatraea saccharalis), praga que se beneficia das condições de umidade, temperatura e intensidade luminosa registradas no período mais úmido do ano.
Com danos que se estendem do canavial a indústria, a broca chega a causar perdas de até R$ 5 bilhões por safra. Diante de tantos prejuízos, as companhias sucroenergéticas não poupam esforços para manter a praga em baixos níveis de dano econômico. Os químicos seguem como o principal método de controle. No entanto, os biológicos são ferramentas que, além de altamente sustentáveis, são bastante eficazes. São inúmeras as unidades agroindustriais e fornecedores que utilizam com sucesso e há várias safras esta estratégia de controle de Diatraea.
É o caso da Usina São João – USJ. Localizada no município paulista de Araras, a companhia adota o controle biológico de pragas desde a década de 1970. Para o manejo da broca, utiliza a Cotesia flavipes, uma vespa predadora. Em seu laboratório próprio, a USJ gera vespinhas em quantidade suficiente para tratar cerca de 10 mil hectares de canavial por ano. Por ter uma área de cultivo de aproximadamente 19 mil hectares, a usina costuma adquirir mais Cotesia de outros laboratórios.
Gráfico: Índice de Infestação de broca e liberação de parasitoides nos canaviais da USJ
O gerente agrícola da USJ, Fernando Palma, explica que, até a safra 2019/20, as vespinhas eram liberadas no campo com apoio de mão de obra manual. A partir deste ano, passou-se a utilizar drones para essa liberação. “Com isso, garantimos maior eficácia na distribuição do parasitoide.”
Segundo ele, o índice de intensidade de infestação na safra 2020 está em 3,4% de entrenós brocados em relação ao número total de entrenós. “Atualmente, não utilizamos nenhum tratamento químico no manejo da praga, já que o controle biológico vem se apresentando como uma ferramenta bastante eficiente ao longo das últimas três décadas. Porém, no caso de haver áreas de alta pressão, o inseticida pode ser uma boa opção para o manejo integrado, a fim de baixar o índice de infestação.”
Fonte: CanaOnline

