Usina Uberaba é a Grande Vencedora do 3º Prêmio Produtividade com Modernidade
11-09-2025
A edição de 2024/25 premiou as empresas mais eficientes do setor bioenergético
A cerimônia de premiação da 3ª edição do Prêmio Produtividade com Modernidade, que destacou as empresas mais produtivas da safra canavieira 2024/25, foi realizada nesta quarta-feira (10), no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP. Ao todo, 243 empresas se inscreveram para disputar o prêmio, com a produção superior a 500 mil toneladas de cana, representando 63% da área de cana-de-açúcar no Brasil.
O prêmio, um dos maiores levantamentos sobre produtividade no setor, analisou mais de 5,5 milhões de hectares de canaviais em 13 estados, sendo um reflexo da crescente adoção de tecnologias e variedades modernas na produção de cana-de-açúcar. Entre os vencedores, a Usina Uberaba se destacou, não apenas pela vitória no Prêmio Nacional, mas também pela performance consistente em edições anteriores. A empresa, localizada no estado de Minas Gerais, apresentou um índice IAC de Produtividade com Modernidade (IPM) de 14,16, o mais alto de todos os premiados.
A principal medida do prêmio é o Índice IAC de Produtividade com Modernidade (IPM), que combina dois indicadores chave: o número de toneladas de ATR (açúcar total recuperável) por hectare e o índice de liberação varietal (ILV), que revela a idade média das variedades de cana utilizadas. Combinados, esses fatores resultam no índice de produtividade que mede a eficiência das usinas no uso de variedades mais modernas, refletindo tanto a produtividade quanto a adoção de práticas inovadoras.
A Usina Uberaba, com seu excelente desempenho, demonstrou um avanço significativo ao longo dos três anos de avaliação, registrando um aumento de 89% no IPM em relação à primeira edição do prêmio, realizada em 2022. Esse resultado se destacou mesmo em um cenário agrícola mais desafiador, o que reforça o papel crucial da inovação no setor.
Segundo Rubens Braga Junior, consultor do IAC, a produtividade de uma usina está intimamente ligada ao ano agrícola, que pode ser muito variável. “Apesar de um ano agrícola mais restritivo, a Usina Uberaba manteve uma performance excepcional, comprovando a importância da ciência e da tecnologia para superar as adversidades do setor”, comentou.
Durante o evento, o consultor apresentou um panorama da produtividade da cana-de-açúcar no Brasil, com base em dados das 243 unidades participantes e informações da Conab. Na safra 2024/25, o setor registrou 422 milhões de toneladas de cana processada, em uma área de 5,5 milhões de hectares, com produtividade média de 77,7 toneladas por hectare, 135,4 kg de ATR por tonelada e 10,4 toneladas de ATR por hectare, totalizando 57,1 milhões de toneladas de ATR.
Estados como São Paulo e Minas Gerais mantêm a liderança em produtividade, beneficiados por condições climáticas favoráveis e adoção de tecnologias avançadas. Por outro lado, regiões como o Nordeste enfrentam desafios relacionados a fatores climáticos e de manejo, embora demonstrem esforços para melhorar seus resultados. No comparativo regional, as regiões de Jaú (138,9 kg de ATR/t), Piracicaba (138,5 kg de ATR/t) e Ribeirão Preto (138,6 kg de ATR/t) lideraram em ATR5, enquanto Piracicaba se destacou em TAH5, com 12,17 toneladas de ATR por hectare.
Além do Prêmio Nacional, o evento também premiou as melhores usinas em 13 regiões do país:
- Estado de Alagoas - Usina Caeté– Grupo Carlos Lyra
- Estado do Paraná - Iguatemi – Grupo Santa Terezinha
- Estados da região Norte/Nordeste, exceto Alagoas e Tocantins – Usina Petribu -PE – Grupo Petribu
- Estados de Goiás e Tocantins – Destilaria Denusa– Grupo Nova União
- Estados de Minas Gerais (Região Norte e Centro-Leste), Espírito Santo e Rio de Janeiro – Usina Passos – Grupo Ipiranga
- Estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – Usina Rio Brilhante – Grupo Raízen
- Região de Araçatuba/SP – Usina Diana
- Região de Assis/SP – Usina São Luiz SA – Grupo Quagliato
- Região de Jaú/SP – Usina Ferrari– Matriz – Grupo Ferrari
- Região de Piracicaba/SP – Usina Santa Lucia – Grupo Ometto
- Região de Ribeirão Preto/SP - Usina Alta Mogiana – Grupo Lincoln Junqueira
- Região de São José do Rio Preto/SP – Usina Continental – Grupo Raízen
Além disso, o IAC fez questão de reconhecer a Canacampo (Minas Gerais) e a Cox Energy (São Paulo), que ficaram entre as 10 melhores do país, mas não conquistaram a primeira colocação em suas respectivas regiões.
Marcos Landell, diretor-geral do IAC, ressaltou que os três anos de prêmios mostram como a adoção de tecnologias e a confiança na ciência têm mudado o perfil da produção canavieira. Ele enfatizou a importância da escolha das variedades e da criação de uma “ambiência” positiva, que integra inovação e recursos para enfrentar as adversidades climáticas e de mercado.
"Este prêmio reflete a construção de um modelo de produtividade que se sustenta no uso da ciência para otimizar a produção e na criação de condições favoráveis para enfrentar os desafios do setor", finalizou.