Uso de maturador com ação rápida será fundamental para reduzir o impacto da estiagem nos canaviais
22-03-2021

“Dívida” da estiagem de 2020 será cobrada no início desta safra. Foto: Arquivo CanaOnline
“Dívida” da estiagem de 2020 será cobrada no início desta safra. Foto: Arquivo CanaOnline

Janela de aplicação irá variar em função de quanto estresse hídrico o canavial enfrentou. Em 2021, a ferramenta deverá ter como objetivos principais inibir o florescimento e impedir que o TCH caia ainda mais

Leonardo Ruiz

A severa estiagem que assolou o Centro-Sul do país entre abril e novembro do ano passado foi a pior das últimas duas décadas. Apesar da severidade do fenômeno, os números finais da safra não foram tão prejudicados. A produtividade agrícola (TCH) fechou abaixo das expectativas iniciais, mas ainda 2% superior ao registrado no ciclo 2019/20, em função de um perfil de colheita mais jovem. Já o ATR (Açúcar Total Recuperável) voltou a atingir valores semelhantes aos vistos na época do corte manual. Com 141 kg de ATR/tonelada de cana, o setor registrou a maior média dos últimos 10 anos.

No entanto, pesquisadores afirmam que a “dívida” da estiagem de 2020 será cobrada no início desta safra, já que é esperada uma grande quebra de produtividade para os canaviais com colheita prevista para o primeiro trimestre. O estresse hídrico enfrentado por essas lavouras ao longo do ano passado também deverá impactar na dinâmica dos maturadores. Produtores e usinas devem ficar atentos quanto a melhor janela de aplicação nesse começo de ano para obter o melhor retorno econômico possível.

HORA DE MATURAR

Fonte: IHARA

Para o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carlos Alberto Mathias Azania, as companhias que iniciarão suas safras no final deste mês deverão deixar os canaviais de 10 a 12 meses de ciclo vegetativo crescerem livremente - aproveitando as chuvas e o calor do final de fevereiro e início de março - para apenas então entrar com o uso dos maturadores.

“Porém, caso a safra for começar em 15 de abril, a estratégia será um pouco diferente. As canas que estiverem com 10 a 12 meses de ciclo vegetativo entre 15 de fevereiro e 15 de março passaram por todo o estresse hídrico do ano passado. Sendo assim, quando elas forem submetidas as condições de chuva e temperatura, em vez de retomar seu crescimento, serão induzidas ao florescimento”, explica o pesquisador do IAC.

Segundo Carlos Alberto Mathias Azania, a janela de aplicação de maturadores no início desta safra irá variar em função de quanto estresse hídrico esse canavial sofreu em 2020

Foto: Leonardo Ruiz

Neste caso, os profissionais devem optar por retardadores de crescimento, visando segurar o florescimento e ter cana disponível para colheita a partir de 15 de abril. “Já os canaviais que estiverem com 7 a 9 meses de ciclo vegetativo entre 15 de fevereiro e 15 de março poderão crescer livremente, sendo necessário o manejo com inibidores de florescimento apenas no final de março, também visando a disponibilidade de cana a partir de 15 de abril.”

RIPER é o poderoso maturador da IHARA que transforma a energia de crescimento em sacarose de maneira rápida, flexível e eficaz

Em anos com distribuição normal de chuvas, os maturadores contém o desenvolvimento da cana. Com isso, são esperadas quedas no TCH, mas que são compensadas pelo aumento de ATR. No entanto, 2021 não deverá seguir esse padrão. “Temos que pensar que os canaviais passaram por um estresse hídrico muito intenso, prejudicando demasiadamente o TCH. Se caminharmos pelas áreas de cana, perceberemos que os colmos estão com os entrenós curtos, sem muito espaço para o acúmulo de sacarose. Dessa forma, o maturador aplicado nesse início de ano proporcionará sim ganhos de ATR, mas em menor quantidade quando comparado a utilização da ferramenta em anos com pluviosidade normal”, afirma o pesquisador do IAC, Carlos Alberto Mathias Azania.

O manejo com maturadores nesse primeiro trimestre visará, acima de tudo, impedir o florescimento dos canaviais

Foto: Arquivo CanaOnline

De acordo com ele, o manejo com maturadores nesse primeiro trimestre visará, acima de tudo, impedir o florescimento, uma vez que o fenômeno, caso ocorra, poderá impactar ainda mais o TCH dos canaviais, em função da ocorrência de isoporização. Diante deste cenário, a questão é: qual tecnologia utilizar para impedir esse fenômeno ao passo em que promove a maturação e mantem o crescimento do canavial?

Para o consultor de desenvolvimento e mercado da IHARA, Thiago Duarte, a resposta está na velocidade de ação do maturador, uma vez que a característica facilita a tomada de decisão. “Existem duas tecnologias para maturação: produtos de ação lenta, que devem ser aplicados cerca de 45 dias antes da colheita, em pleno verão, comprometendo o crescimento da cana; e maturadores de ação rápida, como a tecnologia da IHARA, que pode ser aplicada a partir de 15 dias antes da colheita, preservando até 30 dias de pleno crescimento da cultura e que assegurará maior produção de toneladas de cana e, consequentemente, maior quantidade de açúcar por hectare.”

Para Thiago Duarte, a velocidade de ação do maturador é uma característica que facilita a tomada de decisão

Foto: Divulgação IHARA

A ferramenta em questão é o RIPER, maturador altamente sistêmico, cuja principal característica é a flexibilidade de aplicação, podendo ser utilizado no início, meio ou final de safra. Neste começo de ano, quando os canaviais não estão plenamente desenvolvidos em função da estiagem de 2020, o ideal, como afirmado anteriormente, é postergar ao máximo a aplicação. O maturador da IHARA é ideal para essa situação, pois pode ser posicionado de 15 a 45 dias antes da colheita, impactando o menos possível na produtividade e extraindo o máximo em TAH (Toneladas de Açúcar por Hectare).

A recomendação de RIPER é de 75ml por hectare, sempre associado ao IHAROL GOLD, óleo mineral que potencializará a entrada do maturador dentro da folha da cana, possibilitando um maior retorno sobre o investimento, que pode chegar a R$ 6,00 para cada R$ 1,00 investido.

RIPER

Fonte: IHARA

Fonte: CanaOnline