Uso de milho para etanol em Goiás deve crescer mais de 266% em menos de uma década
18-11-2025
Na safra 2018/19, o cereal respondia por 3,9% da produção do combustível em Goiás; a estima para a próxima é de 14,3% de participação
Por Francisco Costa
O milho em Goiás passa por uma transformação significativa ao deixar de ser usado quase exclusivamente como ração animal para se tornar uma matéria-prima estratégica na produção de etanol. Relatório do Levantamento do Agro em Dados de novembro, divulgado nesta segunda-feira (17), revela um aumento de 266% em menos de uma década.
Conforme o documento, na safra 2018/19, o milho respondia por 3,9% da produção de etanol em Goiás. “A expectativa para a próxima safra é de atingir 14,3% de participação”, detalha o relatório. No recorte nacional, no Brasil, na safra 2018/19, o cereal representava 2,4% da produção do etanol. Em 2024/2025, a participação chegou a 21,1%.
Mas, de volta a Goiás, a União Nacional do Etanol do Milho revela que sete usinas no Estado têm expectativas de expansão. Elas estão na região sul: Chapadão do Céu, Vicentinópolis, Quirinópolis, Acreúna, Jataí e Rio Verde.
A região onde as usinas estão concentradas é responsável por 82,1% de toda a produção estadual de milho na segunda safra (a “safrinha”), o que garante um fornecimento vasto e próximo para a industrialização, conforme o relatório. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), contudo, o início da primeira safra em Goiás registrou níveis inferiores quando comparado ao ano anterior e com a média dos últimos 5 anos. “A semeadura alcançou 1,0% até a semana do dia 25/10, frente aos 10,0% de área semeada em 2024”, informou o relatório.
O Mais Goiás procurou o Sindicato das Indústrias de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), que informou ainda não ter os números oficiais da safra.
Produtor de milho
Produtor de milho, Ivan Brucelli vê como muito importante para Goiás esse avanço na utilização do cereal para a produção do etanol. “Gera emprego e renda para o Estado. É importante, também, para o produtor, que não precisa mandar o milho para fora. A maioria fica aqui dentro, o resíduo desse etanol vira o DDG, que se usa para o consumo bovino, o confinamento.” Ele reforça que essa industrialização é fator diferencial para o município de Rio Verde, onde atua, e também para todo o Estado.
Sobre o DDG, trata-se do grão seco de destilaria, um subproduto rico em proteínas, fibras e nutrientes, gerado a partir da fermentação de grãos para a produção de etanol. Ele é utilizado principalmente na alimentação animal e serve como suplemento proteico para bovinos, aves e suínos.
Exportações
Conforme o levantamento, Goiás exportou US$ 178,9 milhões de milho em setembro deste ano. No acumulado dos nove primeiros meses, foram US$ 564,6 milhões, totalizando 2,7 milhões de toneladas, um avanço, respectivamente, de 50% e 45,7% em relação aos mesmos períodos do ano passado.
Fonte: Mais Goiás

