Variedades de alto potencial e pesquisas de ponta: contribuições da RIDESA para o setor canavieiro enfrentar a crise
18-05-2015

Rede de pesquisa é referência em melhoramento de variedades de cana no país; prova disso é que os materiais RB ocupam quase 70% da área plantada

O trabalho das dez universidades que compõem a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) é reconhecido por toda cadeia sucroenergética. Sinal mais claro disso é a grande adesão das usinas e produtores canavieiros às variedades RB em todos os estados canavieiros do país.
Segundo o Censo Varietal de 2014, as variedades RB estão plantadas em cerca de 70% dos canaviais do país. As quatro variedades mais plantadas são originárias de unidades da RIDESA: RB867515, lançada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV); RB966928, lançada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); RB92579, lançada pela Universidade Federal de Alagoas, (UFAL); e a RB965902, lançada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“Nossos materiais estão espalhados por todos os estados canavieiros do país”, destaca Edelclaiton Daros, coordenador geral da RIDESA e pesquisador da UFPR. Além disso, segundo o censo, o plantio das variedades RB é o que mais cresceu. “Esse crescimento ocorreu praticamente em todos os estados em que se produz cana e onde a RIDESA está presente, por meio da atuação das universidades que compõem a Rede.”
As pesquisas de melhoramento de cana-de-açúcar ganharam força no Brasil em 1970, com a criação do PLANALSUCAR (Programa Nacional de Melhoramento de Cana-de-açúcar), o qual liberou 19 variedades até a sua extinção, em 1990. Depois disso, o programa foi absorvido pelas universidades federais, o que originou a RIDESA. Desde então, foram mais 59 materiais lançados, totalizando 78 variedades distinguidas até hoje pela sigla RB.

ENSINO E PESQUISA
Apesar do momento de dificuldades financeiras enfrentado pelo setor sucroenergético, 2014 foi um ano positivo para a Rede, assim como 2015. “O ano passado, por exemplo, foi bastante favorável. Isso por conta das pesquisas realizadas, dos recursos obtidos. Essa é a maneira que a RIDESA tem para contribuir com o setor nessa fase difícil que está passando.”
O know-how que possui em melhoramento de cana-de-açúcar e o histórico de contribuição ao setor somente são possíveis porque a atuação da RIDESA está conectada à formação contínua de novos profissionais, por meio das universidades federais, e do desenvolvimento de pesquisas acadêmicas voltadas à cana-de-açúcar.
O grande diferencial da Rede está no conhecimento acumulado de seus pesquisadores e técnicos. Inclusive, 2014 foi um ano em que profissionais já renomados dentro da Rede defenderam suas teses de doutoramento. É o caso de Geraldo Veríssimo, da UFAL, de Antônio Marcos Iaia, da UFMT, de Luiz José Tavares de Melo, da UFRPE, e de Luis Cláudio Inácio da Silveira, da UFV.

NOVOS CONHECIMENTOS
Faz parte da missão da RIDESA desenvolver variedades que atendam às necessidades do setor, além de conceber técnicas e conceitos que aprimorem o trabalho realizado pelas unidades que compõem a própria Rede.
Exemplo disso foi o surgimento de um sistema conhecido como “Tapetinho”, criado pela Universidade Federal do Paraná em uma tese de doutoramento. Já adotado por algumas unidades da Rede, esse sistema aumenta a quantidade de mudas levadas a campo, aumentando as chances de se encontrar um novo material. “Conforme cada universidade incorpora essa técnica, já a aperfeiçoa”, sublinha Daros.
A Rede também tem obtido grandes avanços nas pesquisas com Cana-Energia. “Nossos pesquisadores já começaram a colocar materiais de Cana-Energia ou de cana para biomassa em ensaios finais”, afirma.
Além disso, a RIDESA está antenada às mudanças e novidades que há no setor, inclusive quanto a novos sistemas de produção de cana-de-açúcar. Por isso, os pesquisadores da Rede têm acompanhado de perto o desenvolvimento da tecnologia de plantio com mudas pré-brotadas (MPB), estabelecendo parceria com os players que estão atuando nessa área, como Basf e Syngenta.


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