Veja como a irrigação por gotejamento pode alavancar a rentabilidade do seu canavial
De todos os fatores que influenciam a produtividade da cana-de-açúcar, o clima é, de longe, o mais importante, abocanhando para si uma fatia de quase 50% desse “bolo”. O restante é dividido entre solo (23%), manejo (14%) e planta (13%). O ano de 2021 foi prova desses dados.
A severa estiagem que assolou grande parte do Centro-Sul, aliada a ocorrência de geadas em algumas localidades, dizimou canaviais e reduziu a produtividade da maioria das áreas em, no mínimo, 25%.
Diante desse cenário, a irrigação tecnificada tem surgido como principal mitigador desses riscos. Aqueles que saíram na frente e já haviam investido na solução em anos anteriores conseguiram passar quase “ilesos" pela estiagem de 2021. No dia 16 de fevereiro, a CanaOnline realizou a live "Irrigação - longevidade dos canaviais e a viabilidade econômica" na qual debateu a fundo o tema junto a diversos especialistas do setor.
Um dos participantes foi Lucas Victório, líder da Área de Cana na Netafim, empresa pioneira e líder mundial em soluções para irrigação. “Ao todo, temos 330 projetos implantados no Brasil e em mais de 90 clientes. São 35 mil hectares irrigados por gotejo, com resultados sólidos em aumento de longevidade com produtividade em regiões de alto déficit hídrico.”
Durante sua fala, o profissional apresentou três casos de sucesso na cultura da cana-de-açúcar. O primeiro deles é de uma área de 21 cortes localizada em Alagoas, cuja média de produtividade é de 90 Toneladas de Cana por Hectare (TCH). O segundo compreende uma área no norte de Minas Gerais, cuja produção média nos 13 cortes atingiu 129 TCH. Por último, no Triângulo Mineiro, um canavial de 12 cortes entregou médias de 107 TCH até o momento.
No entanto, Victório salientou que a solução da Netafim vai muito além da longevidade com produtividade. É possível obter também estabilidade na produção, em função da menor dependência do clima; redução de custos, uma vez que o aumento de produção das áreas acarretará em diminuição do raio médio do CTT (Corte, Transbordo e Transporte) e em menor necessidade de arrendamentos; elevação na geração de energia, pela maior quantidade de biomassa disponível; maior sustentabilidade, já que a eficiência no uso da água nesse sistema gira em torno de 95%; melhora na pontuação do RenovaBio, uma vez que a verticalização fará com que menos fertilizantes sejam utilizados por tonelada de cana processada; e maior rentabilidade das áreas, que ao seguirem produtivas por mais tempo evitarão reformas e, consequentemente, a dispensação de uma enorme quantidade de recursos com novos plantios.
Durante a live, o líder da Área de Cana na Netafim realizou uma simulação para aferir a viabilidade econômica do sistema de gotejamento. As análises compararam uma área de 150 hectares irrigados com a tecnologia da empresa contra 150 hectares no sistema de sequeiro. “No canavial irrigado, obtivemos um Retorno Sobre o Investimento (ROI) de 17,56 R$/t contra 14,85 R$/t do sequeiro.
O Valor Presente Líquido (VPL) também foi bastante superior: R$ 27.913,04 contra R$ 11.000,69. Já o payback simples foi de quatro anos no sequeiro e de três anos, no irrigado.” Victório ressaltou ainda que essa área irrigada terá, no mínimo, mais nove cortes pela frente. Já o canavial de sequeiro deve ser enviado para reforma dentro dos próximos dois anos devido à queda drástica na produção.