Viveiro de MPB´s, localizado em Batatais-SP, é o primeiro certificado do mundo
15-07-2021
Excelência na produção de mudas da Spinagro resultou na obtenção da certificação Bonsucro Smallhoders e do Selo 2030 Today
Leonardo Ruiz
No dia 07 de junho de 2021, a Spinagro se tornou a primeira produtora nacional de Mudas Pré-Brotadas (MPB´s) a obter a certificação Bonsucro Smallhoders. Primeiro padrão métrico global para cana-de-açúcar. O selo Bonsucro atesta a adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva, assegurando o cumprimento da legislação vigente, o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, a garantia da sustentabilidade na produção, a preservação da biodiversidade e dos serviços do ecossistema, além da produtividade e da melhoria contínua dos processos de produção.
Além do selo Bonsucro, a Spinagro também obteve recentemente o Selo 2030 Today, que integra a Agenda 2030 e se trata de um plano global composto pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para promover vida digna para todos em nosso planeta. Os ODS servem como filtro para entendimento do nível de sustentabilidade da empresa, visando melhorar os processos, economizar recursos e obter resultados, impactando positivamente o ambiente interno e externo.
Segundo a gerente técnica e sócia-fundadora da Spinagro, Laura Vicentini, as certificações não irão aumentar o valor unitário das mudas, mas permitirão uma maior competitividade da empresa dentro de um mercado acirrado e que valoriza cada vez mais o investimento sustentável. Na balança atual, os critérios que integram a sigla ESG - Environment, Social & Governance (Ambiental, Social e Governança, ASG na tradução para o português) estão entre os de maior peso, uma vez que as empresas que adotam essas práticas possuem maior capacidade de se adequar às novas tendências e demandas, além de se tornarem menos suscetíveis a riscos externos, como mudanças regulatórias e/ou multas e sanções caso utilizem demasiada e/ou agressivamente os recursos naturais ou ocasionem desastres ambientais.
“Além de me colocar em uma vantagem competitiva frente às empresas que não possuem certificações, esses selos permitem também uma abertura de mercados antes não explorados, como usinas que, até então, não compravam MPBs de terceiros, pois parte de sua cadeia produtiva ficaria fora das exigências internacionais, impedindo a comercialização de seus produtos para determinados players do mercado”, explica Laura.
Laura Vicentini e seu marido Rodrigo Spina são os sócios fundadores da Spinagro
Foto: Divulgação Spinagro
Na visão das consultoras Juliana Farinelli e Cristiane de Simone, a sustentabilidade no atual modelo de negócios se tornou uma garantia de sobrevivência para as companhias, independente do segmento em que atuam. “A certificação não deve ocorrer visando unicamente o retorno financeiro direto. Uma vez que a incorporação da sustentabilidade de forma estratégica dentro das organizações repercute em benefícios indiretos (maior eficiência no uso de recursos e processos; redução de risco de passivos trabalhistas e ambientais; maior qualificação e permanência da mão de obra) e benefícios diretos (venda de crédito; agregação no valor da marca e produto).
De acordo com elas, esses selos construirão uma marca mais forte da companhia perante o mercado, atraindo assim maior interesse de investidores e compradores. Além de assegurar a perpetuidade do negócio, eles também contribuirão para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da comunidade local. “É garantia de sobrevivência, uma vez que dependemos de recursos naturais finitos e do capital humano, sendo capazes também de satisfazer as próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras”, reforçam as profissionais Juliana e Cristiane, sócias na AgroVerde, uma consultoria que atua em projetos de sustentabilidade estratégica nos setores privado e público de forma personalizada. A empresa, inclusive, auxiliou a Spinagro na obtenção da certificação Bonsucro e do Selo Today 2030.
100% de economia circular e cuidado com o aspecto social facilitaram caminho da Spinagro na busca pelas certificações
Com sede no município paulista de Batatais, a Spinagro é uma empresa especializada na produção de MPBs e que multiplica apenas variedades modernas e promissoras em seu núcleo de produção. Na última safra, a companhia comercializou cerca de 4,5 milhões de mudas, enviadas para nove estados brasileiros.
Além de produzir mudas com sanidade, qualidade e padrão diferenciados, a Spinagro se apresenta como uma empresa que se preocupa com as questões socioeconômicas e ambientais. Nos últimos dois anos, vem trabalhando para obter selos que atestem a adoção dessas práticas perante o mercado nacional e internacional.
A gerente técnica e sócia-fundadora da Spinagro, Laura Vicentini, explica que poucas alterações se fizeram necessárias para adequação aos critérios exigidos pelas certificadoras. Segundo ela, o principal esforço foi despendido na adaptação das instalações, como ajustes da altura das plataformas de trabalho e dos locais corretos para instalação dos extintores de incêndio. Recursos também foram investidos pela companhia a fim de reduzir o nível de ruído em todas as etapas do processo de produção. “Além desses itens, reforçamos ainda o quesito segurança junto aos nossos colaboradores, seja na aquisição de novos e melhorados EPIs (Equipamentos de proteção individual) ou na conscientização do seu uso constante e correto.”
Para as sócias Cristiane e Juliana, a Laura [da Spinagro] veio para desmitificar o mercado, que acredita que é necessário dispender de um alto investimento para inserir sustentabilidade nas práticas da empresa
Foto: Divulgação AgroVerde Consultoria
Juliana e Cristiane, da AgroVerde Consultoria, afirmam que o perfil inovador da Spinagro facilitou a obtenção das certificações, uma vez que grande parte dos requisitos exigidos já eram cumprido há algum tempo dentro da propriedade. “A Laura veio para desmitificar o mercado, que acredita que é necessário dispender de um alto investimento para inserir sustentabilidade nas práticas da empresa. Ela mostrou que isso não é necessário. Há sim um investimento, mas, na maioria das vezes, o processo acaba sendo bastante natural, demandando uma menor quantidade de recursos financeiros. Nosso papel, como consultoria, é de fazer um diagnóstico de forma sistêmica, a fim de apontar os pontos de melhoria e formalizar aqueles que já estão enquadrados dentro das exigências dos órgãos certificadores.”
Já há alguns anos, a Spinagro desenvolve em sua propriedade 100% de economia circular, em que todos os resíduos retornam ao processo produtivo. A água da chuva, por exemplo, é captada para utilização na limpeza das instalações. Já as partes de descartes das MPBs, como mini rebolos que não brotaram e restos de substrato, viram compostagem para utilização nos canaviais. “Essas ações, além de serem altamente sustentáveis, também geram menos dependência de recursos externos e, consequentemente, menor custo de produção”, observam as consultoras Juliana e Cristiane. A empresa de Batatais adota, ainda, 32% de energia advinda de fonte renováveis e opera com 100% de colheita sem queima. O controle de pragas é feito de forma biológica e o de plantas daninhas, manual. A captação de água é 100% regularizada e o efluente, 100% tratado.
A Spinagro também atua fortemente no âmbito social. Atualmente, a companhia emprega 25 pessoas, sendo 95,5% de áreas carentes próximas. 59% desse quadro é composto por mulheres, que também aparecem em 44% dos cargos de comando. No entanto, Laura reforça que essa diferença entre os gêneros não reflete na questão salarial, ou seja, homens e mulheres atuantes no mesmo cargo são remunerados igualmente. “Nós temos um cuidado especial para com nossos colaboradores, sempre buscando trabalhar visando promover o bem de cada um”, finaliza Laura.
Saiba mais sobre a Spinagro - https://www.instagram.com/spinagro/
Fonte: CanaOnline

