Na Usina Seresta até a fertirrigação é gota a gota, ou seja, a vinhaça chega ao canavial via irrigação por gotejo
30-11-2021

Canaviais da Seresta irrigados por gotejo – tecnologia será renovada. Crédito: Divulgação Usina Seresta
Canaviais da Seresta irrigados por gotejo – tecnologia será renovada. Crédito: Divulgação Usina Seresta

A Usina Seresta está localizada no município de Teotônio Vilela, em Alagoas, 100% de seus canaviais são cultivados em áreas de topografia plana, região chamada de tabuleiro, uma característica do sul alagoano. O que também é comum nessa parte de Alagoas é a escassez de chuva, tornando o uso de irrigação uma necessidade para o bom desenvolvimento dos canaviais.

Nos 10 mil hectares cultivados com cana pela Usina Seresta, nas áreas com disponibilidade de água, encontram-se irrigação por aspersão, por pivô e por gotejamento, tecnologia da Netafim. A experiência com irrigação por gotejo na Seresta começou há 25 anos, por meio de um experimento implantado em uma área de 17 hectares, o resultado foi tão positivo, que incentivou a instalação da tecnologia em mais de 2 mil hectares de canaviais.

Experimento por gotejo implantado há 25 anos na Usina Seresta – a média de produtividade neste período foi de 95 toneladas por hectare

André Borges, gerente da Seresta, salienta que o custo de implantação da irrigação por gotejo é maior que as outras modalidades, mas o retorno em produtividade e longevidade dos canaviais oferecido por essa tecnologia compensa e muito o investimento inicial. E mais, essa prática reduz custos com mão de obra, é um sistema fixo, utiliza um bombeamento de baixa vazão e oferece alta eficiência no uso da água.

Nas áreas de sequeiro, a média de produtividade da Seresta é de 53 TCH, nos canaviais que recebem irrigação por aspersão, a média é de 63 TCH, nas áreas com pivô é de 75 TCH e por gotejamento alcança-se 98 TCH.

Análise de Desempenho das variedades plantadas com a irrigação por gotejo durante oito cortes na Seresta

A irrigação por gotejo oferece ao canavial condições para que apresente maior produtividade por muitos cortes, postergando por vários anos a necessidade de renovação. Segundo André, na Seresta, as áreas de sequeiro ou que recebem irrigação por aspersão, são renovadas a cada cinco anos, com canaviais com média entre 55 a 60 toneladas. Já nas áreas com irrigação por pivô, a renovação acontece após seis ou sete cortes e nos canaviais irrigados por gotejo, renova-se a cada 10 anos.

“O maior custo da operação canavieira é a implantação do canavial, que chega a ser R$ 10 mil por hectare. Assim, cada ano que obtemos a mais sem a necessidade de renovar, em decorrência da boa produtividade mantida, resulta em redução de custo. A irrigação por gotejo possibilita isso”, observa André.

Os solos do sul de Alagoas não estão entre os mais férteis do Brasil, tanto que 80% dos canaviais da Seresta se encontram em solos arenosos e de média fertilidade. E o uso da irrigação por gotejo permite levar nutrição líquida aos canaviais, que é depositada na raiz da planta.

Na Seresta, todos os resíduos da indústria são aplicados nas áreas de solo de baixa fertilidade. Mas a empresa inovou ao fazer irrigação por gotejo utilizando a vinhaça ao invés da água com nutrientes. A união entre o gotejo e a vinhaça, resulta em redução de custos com fertilizantes químicos como nitrogênio e potássio, além de dar um fim nobre e mais eficiente a esse co-produto da cana. Cerca de 30% dos canaviais da Seresta irrigados por gotejo recebem a vinhaça gota a gota.

Operação de alta eficiência, é assim que André define a irrigação por gotejo. O Gerente da Seresta observa que a irrigação por gotejo não representa diretamente menor consumo de água, mas sim o correto uso da água, com menor perda na operação. E isso pode ser medido pela eficiência, a lâmina aplicada por gotejo alcança em média 95%. Já o uso do pivô apresenta uma eficiência de aplicação de água em torno de 70% a 80%.

A Seresta retomou em 2020 os investimentos em tecnologia e uma das primeiras áreas contempladas está sendo a de irrigação por gotejamento. O sistema já implantado há vários anos está sendo renovado. Afinal, para aproveitar os bons preços dos produtos da cana é fundamental ter maior volume de matéria-prima e menor custo de produção. A irrigação por gotejo oferece isso.

VEJA MATÉRIA COMPLETA SOBRE A INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO POR GOTEJO NA LONGEVIDADE DOS CANAVIAIS - http://www.canaonline.com.br/conteudo/irrigacao-por-gotejo-garante-canaviais-longevos-com-alta-produtividade-reduzindo-o-custo-da-producao-canavieira.html

Fonte: CanaOnline